É incrível como, mesmo após um ano, as pessoas ainda me cobram notícias de minha adaptação à prótese. Constantemente recebo e-mails, comentários pelo blog ou sou abordado nas redes sociais por pessoas interessadas em saber como lido com os percalços comuns ao processo de reabilitação com prótese. Isso é um sinal de que, de certo modo, virei referência, pois além do interesse por parte de quem acompanha o blog com frequência, passei a ser constantemente monitorado, sobretudo por amputados em situações semelhantes.
Estive no Centro Marian Weiss (CMW) em agosto, para confecção do terceiro encaixe de prova desde que iniciei o processo, em novembro do ano passado. Na ocasião, em razão da redução de medidas no coto – é bom deixar claro que não houve perda ou ganho de peso, apenas o coto atrofiou um pouco mais – tive que substituir o liner Seal-In tamanho 36 que usava por outro tamanho 28 (veja a matéria).
Mesmo com o liner novo, porém, cerca de três meses depois o coto voltou a soltar do encaixe, principalmente quando ficava muito tempo sentando. Qualquer contração muscular e puff!… o liner se desprendia do encaixe, me obrigando a levantar, descarregar o peso do corpo sobre a prótese para tê-la novamente presa ao coto. Volto a salientar que, neste período, não perdi peso e nem sentia entrada de ar quando caminhava, como das outras vezes.
Será que não me adaptei ao sistema? Não sei. O pessoal da clínica, ao ficar a par da situação, solicitou minha minha presença para reavaliar o que está acontecendo e ajustar o encaixe e/ou o alinhamento da prótese, mas até agora não ajustei minha agenda para esta esta viajem, prevista agora para o final de janeiro, por conta da premiação do blog. Se não resolver, a proposta é a confecção de um novo encaixe, seja no mesmo sistema (Seal-In) ou em um novo sistema que a clínica começou a usar recentemente, desta vez da Ottobock, chamado SiOCX (foto acima), que dispensa o uso do liner.
Para lidar com a situação até encontrar tempo para retornar a São Paulo, estou usando um acessório (foto ao lado) gentilmente cedido por Val, uma amiga biamputada que mora no interior do Espírito Santo. A peça, em neoprene e elastano reforçado, lembra um cinturão, mas comprime demais o abdome – não sei se por razão de tamanho – mas mesmo assim tem se revelado uma verdadeira “mão na roda” no que se refere à auxiliar na fixação da prótese.
É meus amigos, como bem disse o Bial na mensagem “Filtro Solar” (veja o vídeo)…
…“A peleja é longa e, no fim, é só você contra você mesmo.”
O importante é não desistir!
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“Uma verdadeira drenagem linfática…”
Passo Firme – 14.12.2012
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Um comentário em ““A peleja é longa…””