Após perder antebraço, bancário recupera autoestima na corrida de rua

Por conta de um tumor, o carioca Luciano Lopes Verol (foto) teve que amputar o antebraço. Antes de começar a correr, estava 32kg acima do peso ideal

“Meu nome é Luciano Lopes Verol, tenho 31 anos e sou bancário. Moro no Rio de Janeiro, sou casado com Royane Carvalho Verol, com quem tenho dois filhos que são a razão da minha vida, Luan e Caue. Antes da mudança, eu era uma pessoa totalmente sedentária, com uma alimentação desregrada, e sentia que precisava fazer algo para melhorar minha autoestima e meu corpo, que eu precisava ter uma vida equilibrada em todos os sentidos.

No final de 2009, descobri um câncer em meu antebraço. Com o nome de Rabdomiossarcoma, esse tumor muito agressivo quase me levou à morte. Fiz todo o protocolo de tratamento, que é quimioterapia e radioterapia, porém, não surtiu efeito. Em abril de 2010, tive que amputar meu antebraço. Quando “caiu a ficha” que havia amputado meu antebraço, bateu muito desânimo. Eu achava que não poderia mais correr. Acabei engordando 30kg por conta da quimioterapia e da alimentação totalmente desregrada.

MUDANÇA – Tenho 1,69m de altura e pesava 90 kg antes de correr. Nessa época, era complicado até comprar roupa. Eu sentia que necessitava realmente fazer algo para acabar com aquela forma de viver. Aquele peso todo me fazia muito mal por dentro e por fora. Num certo dia, tentei comprar uma bermuda, e só coube o nº 48. Aquilo me constrangeu de tal forma que minha mudança se iniciou assim que coloquei os pés para fora daquela loja.

Com o incentivo de alguns amigos, em especial o amigo Júnior ‘Bill’ – que me incentivava a correr para perder peso- e minha esposa – que foi uma amiga e meu anjo-, comecei caminhando, e logo depois já estava trotando. Depois fui ao nutricionista para obter uma orientação correta sobre alimentação. Consultar um profissional da área é algo que realmente indico, pois precisamos de profissionais qualificados para isso. Também me matriculei na musculação. Ao mesmo tempo, o “bichinho da corrida” me pegou, entrando realmente no meu cotidiano. A ‘guerra’ pela saúde estava declarada: de um lado, a pessoa altamente sedentária, com 90 kg, e do outro, o sonho de ter uma alimentação saudável e uma vida ativa.

APOIO – Minha esposa e meu amigo Júnior ‘Bill’ sempre me incentivaram. Ele saía para correr comigo. Nas primeiras semanas sofri bastante, pois foi complicado até me reeducar na forma de alimentar. Porém, quando comecei a perder meus primeiros quilos, fiquei motivado e abraçei a ideia de correr. Conheci pessoas e procurei tirar dúvidas que surgiam com meu nutricionista, o que me acrescentou bastante. Hoje, tenho uma alimentação saudável, longe de frituras, gorduras. Nunca imaginei que conseguiria ficar longe da ‘fast-food’ e refrigerante, mas consegui vencer esse lado que somente me fazia mal. O medo também me fez agarrar tudo isso. Tive câncer e nunca mais quero passar por isso de novo. Sofri bastante. Penso em chegar aos 50, 60 anos bem fisicamente e de uma forma saudável, com uma alimentação rica.

Além de fazer fortalecimento muscular, treino seis vezes na semana e corro provas de 5 e 10k, sendo o meu melhor tempo nos 5km de 16min48s e nos 10km, 36min28s. Obtive essas marcas treinando sozinho. Enfim, a lição que tiro hoje é que aprendi a criar novos valores em minha vida. Hoje, amo correr e minha alimentação é excelente. Acordo às 5h30m para treinar feliz e em seguida vou trabalhar. Sou uma pessoa feliz, apesar da minha limitação. A corrida de rua me deu possibilidades incríveis de ter uma qualidade de vida muito melhor. Faço exames semestrais apenas para controle do câncer, e meus exames estão excelentes.

DESAFIO – Quando estava com câncer foi complicado. A todo o momento achava que iria morrer, até por conta do tumor que tinha, pois se tratava de um tumor agressivo demais que leva em muitos caos ao óbito. Numa consulta no Instituto Nacional do Câncer (Inca), uma médica informou-me que eu tinha 92% de óbito e uma sobrevida de mais dois meses. Receber uma notícia dessas não é fácil para ninguém. Mas me agarrei ao único Médico dos Médicos que realmente pode dar o parecer final, que é Jesus Cristo. Deus não quis que eu fosse e me deu essa oportunidade de reverter toda minha vida. Daí em diante foi só alegria. Perdi 30kg, me apaixonei pela corrida de rua, aprendi a respeitar limites e o meu limite. Porém, nunca desisti e nem pensei em desistir, pois gosto muito da frase ‘missão dada é missão cumprida’. Jamais vou desistir. Hoje, meu único medo de verdade é não conseguir correr abaixo de 15min os 5k e abaixo de 33min os 10k. Essa é minha meta e vou conseguir, pois sou determinado e altamente competitivo comigo mesmo.

LIÇÕES – Não foi fácil ter câncer, amputar um antebraço e me readaptar ao dia a dia. Mas faria tudo de novo, pois a minha vitória veio de uma forma realmente agregadora. Hoje tenho uma vida saudável, alimentação balanceada e fiz vários amigos na corrida. Tenho muito a agradecer ao Isaac, da Speed Assessoria Esportiva, que também sempre acreditou em meu potencial. Sou totalmente grato aos meus filhos, Luan e Caue, e minha esposa, Royane, que em todos os momentos desde a minha doença esteve ao meu lado lutando comigo para que eu conseguisse a vitória. Também agradeço ao amigo Júnior, que sempre pegava no meu pé para que eu o acompanhasse nos treinos. Agradeço demais pela insistência dele. Hoje é ele que tem que me acompanhar (rs).

Espero que todos que neste momento estejam passando por algum tipo de problema, seja ele de saúde ou de qualquer outro tipo, tenham a certeza de que quando buscamos algo, por mais impossível que possa parecer, que o mundo conspira sempre a nosso favor. Acreditem em vocês. Sou a prova viva de que mudanças e metas, quando traçadas com profissionais competentes e determinação pessoal, podem ser alcançadas”.

Fonte: Globo Esporte / Eu Atleta

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Passo Firme – 23.10.2012
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Piloto amputado de braço volta a voar em Goiás

A paixão pela aviação faz realmente o ser humano superar suas dificuldades. Recentemente, a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) autorizou um piloto de helicóptero que teve um braço amputado após acidente voltar a voar. Este é o primeiro caso no país e o comandante é de Goiás, esta história serve como exemplo em nossas vidas, pois as dificuldades existem para serem superadas. Vejam o vídeo acima, produzido pela TV Goiânia.

Fonte: Site MAB

Passo Firme – 16.06.2012
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Amputado de braço nos EUA é exemplo de superação no basquete

Jogador tem bolsa de estudos na Universidade de Manhattan por ser atleta da equipe de basquete e encara a deficiência como um desafio a mais em quadra

Kevin Laue (foto) tem 22 anos e 2,14 metros de altura. Com um dos braços amputado, é sinônimo de persistência no time de basquete da Universidade de Manhattan, nos Estados Unidos. Além de companheiro de quadra, ele também é um exemplo inspirador para os outros jogadores, provando que é possível praticar o esporte mesmo com apenas uma das mãos. “Quando eu entro na quadra, todo mundo está me olhando. Todos me querem ver jogando. Se eu cometo um erro, não é a mesma coisa que um jogador com as duas mãos, é diferente. Eu não tenho o direito de errar” conta Kevin.

Durante a gestação de sua mãe, Kevin usou seu braço para evitar que fosse sufocado pelo próprio cordão umbilical enrolado em seu pescoço. Ele acredita ter feito isso por instinto de sobrevivência. Só que a falta de circulação resultou na amputação do membro superior, na altura do cotovelo, quando ainda era bebê.

“Eu tinha minhas dúvidas se era capaz. Minha mãe sempre me incentivou, acreditou em mim. E isso foi muito importante. Todo mundo tem seus medos. Mas você tem que se superar. Tem que insistir. Eu coloquei na minha cabeça que não poderia desistir nunca”, disse o atleta símbolo da Universidade de Manhattan.

A luta pela vida desde muito novo transformou o jovem em um verdadeiro exemplo de superação. Um ‘não’ jamais seria aceito como resposta para os seus sonhos. A insistência é uma marca que Kevin carrega. “Aos 12 anos, fui cortado do time de basquete pelo técnico. Mas eu queria aquilo. E voltei a jogar aos 13”, explicou Laue.

EXEMPLO EM QUADRA – Seus familiares e amigos sabiam do seu potencial, mas não acreditavam que ele chegaria tão longe. Hoje, Kevin Laue possui uma bolsa integral na Universidade de Manhattan por ser um aluno-atleta, destaque do time de basquete. “Eu acabo sendo um exemplo para outras pessoas com deficiência: crianças, pais… Meu ponto forte é a velocidade. Sou bem rápido para um cara do meu tamanho. Já me disseram que, se eu tivesse as duas mãos, eu estaria na liga profissional. Mas eu agradeço a Deus o que tenho e faço o melhor que posso com isso”, relatou.

Exemplo fora da quadra. Inspiração dentro. Kevin tem consciência do significado que a persistência dele possui no universo das pessoas com quem convive. E isso não o intimida, pelo contrário, só serve para aumentar a sua já grandiosa força. “Desculpas não dão créditos. Tem que querer. Acreditar mais no sucesso do que no fracasso. Você pode fazer tudo, qualquer coisa na vida. Se você arrumar desculpas para tudo, com uma ou duas mãos você vai ficar para trás. Você só tem uma vida. Tem que fazer o melhor dela”, finalizou.

Fonte: Globo Esporte

Passo Firme – 27.05.2012
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O amputado que superou a “invalidez” e virou referência no Brasil

Depois de tomar um choque elétrico de 13,8 mil volts, ter os dois braços amputados, passar cerca de quatro anos “apenas assistindo televisão”, Flávio Peralta descobriu que a vida era mais do que a aposentadoria por invalidez. Ele criou o site Amputados Vencedores, se tornou uma referência em palestras sobre segurança do trabalho com quase 500 por todo o País e publicou um livro contando sua história. “Meu trabalho hoje é o mundo virtual e sou plenamente realizado com isso”, diz.

Em 21 de agosto de 1997, Peralta foi chamado para fazer a troca de um transformador em uma chácara, nos arredores de Londrina, interior do Paraná. Assim que subiu na escada ele recebeu a descarga elétrica que saiu por seu pé direito e o fez desmaiar. Como consequência do acidente, ele foi obrigado a amputar os braços.

“Foi doído para os meus pais. Mas a autorização foi assinada por meu pai e no dia seguinte meus braços foram carregados por ele para uma universidade da cidade”, conta Peralta. Foram 15 cirurgias até poder usar uma prótese no braço esquerdo, que o permite escrever.

De 1997 a 2001, Flávio afirma que ficou sem qualquer atividade que ocupasse seu tempo, “uma época muito difícil em que apenas assistia TV o tempo todo”. Casado em 2001, foi ideia de sua esposa Jane iniciar o curso de webdesign e a criação de um site. Com a ajuda de um professor de informática, surgiu o site com o objetivo de compartilhar as dificuldades e superações de quem passa por este tipo de cirurgia.

Atualmente o site conta com o patrocínio de uma das maiores empresas de próteses, órteses e cadeira de rodas do mundo. “Eu queria ajudar outras pessoas na mesma situação. O projeto foi crescendo e hoje somos referência no Brasil e no mundo. A ideia é fornecer informações sobre os mais variados assuntos relacionados ao mundo da deficiência e da amputação, motivação e superação dia a dia de uma pessoa.”

Depois do site, Peralta foi convidado por uma empresa multinacional a dar uma palestra sobre segurança do trabalho. No começo a ideia lhe pareceu estranha, e ele recusou. Apenas depois de alguma insistência, decidiu aceitar o desafio e, desde então, dá palestras pelo País. Já foram mais de 470.

Essa é uma das lições que ele deixa para empresários e companhias interessadas na inclusão de pessoas com deficiência no mercado profissional. Às vezes o profissional pode temer novos desafios e é preciso insistir. “É preciso encontrar novas formas de localização da pessoa com deficiência. Investir na especialização e formação desses profissionais, nos municípios, e propor salários mais altos. Muitas vezes as companhias requerem especialização e experiência, mas não querem pagar por isso.”

LIVRO – Com o site e as palestras, a vida de Peralta já havia mudado bastante, mas o ânimo o levou a uma nova produção: o livro que narra sua história, Amputados Vencedores – Porque a vida continua. Lançado em 2010 pela Conex, da Editora Nobel, o obra recebeu elogios de médicos pelo Brasil.

“As pessoas se emocionam com minha história e se inspiram para continuar também vivendo, caso tenham sofrido um acidente. Essa era minha intenção, mostrar que a vida continua mesmo após uma amputação”, afirmou. Uma empresa de Londrina adquiriu 100 exemplares para distribuir entre os funcionários e parceiros, outra de Curitiba comprou 30 exemplares para deixar em sua biblioteca.

Para Peralta, sua vida se divide em antes e depois da publicação do livro. “Eu não podia imaginar que esse livro mudaria tanto a minha vida. Deixou-me mais maduro, mais experiente e muito mais sensível à causa dos amputados, da pessoa com deficiência e da segurança do trabalho. Após meu acidente eu pude perceber que o sofrimento de um amputado e de seus familiares é muito grande. Alguns demoram anos para se reerguer, outros nunca se levantam. Foi pensando nessa dificuldade que tornei meu sofrimento e desafios em palavras escritas. Eu queria servir de instrumento para ajudar outros amputados a enfrentarem esse momento tão difícil em suas vidas.”

Veja abaixo um breve vídeo que relata a história de Flávio Peralta:

Fonte: Site Terra

Passo Firme – 18.01.2012
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