Pé Diabético provoca 60 mil amputações no Brasil

Manter as taxas de glicose controladas e consultar regularmente o médico é de fundamental importância para prevenir tais complicações | Foto: Divulgação
Manter as taxas de glicose controladas e consultar regularmente o médico é de fundamental importância para prevenir tais complicações | Foto: Divulgação

O diabetes mal controlado responde por 70% das cirurgias de amputação de membros inferiores no Brasil, chegando a quase 60 mil amputações anuais, segundo o Ministério da Saúde.

As lesões que se apresentam nas extremidades inferiores dos doentes diabéticos dão origem a uma entidade clínica chamada “pé diabético”. “Infecções ou problemas na circulação nos membros inferiores estão entre as complicações mais comuns”, explicou o angiologista e cirurgião vascular da Santa Casa de Maceió, Jubrant Petruceli (foto abaixo).

“Tais alterações podem causar destruição dos nervos, obstrução das artérias, úlceras, infecções, isquemia ou trombose. Elas começam a ocorrer após alguns anos de diabetes mal controlado”, acrescentou Petruceli.

"A prevenção é a maneira mais eficaz de evitar a complicação", alerta Jubrant | Foto: Primeira Edição
“A prevenção é a maneira mais eficaz de evitar a complicação”, alerta Jubrant | Foto: Primeira Edição

Manter as taxas de glicose controladas e consultar regularmente o médico é de fundamental importância para prevenir tais complicações. A pessoa com pé diabético tem sintomas como: formigamentos, perda da sensibilidade local; dores; queimação nos pés e nas pernas; sensação de agulhadas; dormência; além de fraqueza nas pernas. A questão é que tais sintomas podem piorar à noite, ao deitar.

“O problema é que muitas vezes o paciente com diabetes só procura o atendimento em estágio avançado, com a doença já instalada, tornando o tratamento mais difícil. Por isso a prevenção é a maneira mais eficaz de evitar a complicação”, alertou Jubrant.

PREVENÇÃO – Para prevenir o pé diabético a principal medida é manter os níveis da glicemia controlados, realizar avaliação médica periódica e fazer o exame visual diário dos pés. Neste quesito, o paciente deve examinar os pés diariamente em um lugar bem iluminado. “Se não tiver condições de fazê-lo, diz o angiologista Jubrant Petruceli, será necessário pedir a ajuda a alguém.” Deve-se verificar a existência de frieiras, calos, rachaduras, feridas ou alterações de cor. “Em resumo: é preciso manter os pés sempre limpos. Secar bem, principalmente entre os dedos, com toalha macia e não esfregar a pele”, completou.

Outra dica do especialista é manter a pele hidratada ou passar óleo vegetal, mas não se deve passar entre os dedos ou ao redor das unhas. As unhas, inclusive, merecem um capítulo a parte. Antes de cortá-las, o paciente deve lavá-las e secá-las bem. Para cortar, usar um alicate apropriado ou uma tesoura de ponta arredondada. O corte deve ser quadrado e sem tirar a cutícula. Recomenda-se evitar idas a manicures ou pedicures, dando preferência a um profissional treinado, o qual deve ser informado sobre a doença. Para finalizar, não se devem cortar os calos e nem usar abrasivos.

FALTA DE SENSIBILIDADE – O grande problema do pé diabético é a redução na sensibilidade dos pés, o que leva ao surgimento de ferimentos sem que o paciente perceba, daí a importância de se manter os pés protegidos, não andar descalço de forma a evitar queimaduras na areia da praia, asfalto ou calçada, que podem estar quentes.

Os calçados ideais são os fechados, macios, confortáveis e com solados rígidos, que ofereçam firmeza. As mulheres devem dar preferência a saltos quadrados, que tenham, no máximo, 3 cm de altura. É melhor evitar sapatos apertados, duros, de plástico, de coro sintético, com ponta fina, saltos muito altos e sandálias que deixam os pés desprotegidos.

“Além disso, recomenda-se a evitar o uso de calçados novos por mais de uma hora por dia, pelo menos até que estejam macios. Há, no mercado, calçados apropriados que, no momento, certo devem ser prescritos pelo seu médico”, finalizou Jubrant Petruceli.

Fonte: Primeira Edição

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Passo Firme – 1º/9/2013
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Série Especial “Dor fantasma, sensações fantasma e membro fantasma” | Parte 3 – A influência do fator emocional no processo de reabilitação

O apoio emocional por parte da família é essencial para o êxito da recuperação do paciente
O apoio emocional por parte da família é essencial para o êxito da recuperação do paciente

Por Marilda Pires e Simone Bastos (*)

Como dissemos no início (veja a parte 1 do artigo), a dor tem uma memória e sofre grande influência do fator emocional como nos estados de depressão, ansiedade, etc. e pela proximidade das áreas cerebrais. Pesquisadores têm investigado o modo como estes estados alteram ou estimulam o retorno da dor fantasma.

Nesta fase de luto, deve-se dar uma atenção especial ao tratamento
Nesta fase de luto, deve-se dar uma atenção especial ao tratamento

Cabe a observação que ocorre um luto pela perda daquele segmento e nesta fase deve se ter uma atenção especial no tratamento. Tem sido também relacionado que em datas próximas ao evento do acidente ou da doença que levou a amputação com o aparecimento das sensações e de transtornos emocionais, com relatos dos amputados de sentirem novamente dor, câimbras, tristeza, depressão, mal estar e alteração da pressão arterial.

No nosso dia a dia de trabalho como terapeutas ocupacionais, é comum que no momento de receber a prótese, mesmo passando pelas provas na confecção e modelagem para a mesma, ainda não tenha sido superado o conflito da amputação e comumente há a lembrança do trauma novamente, acontecendo um novo luto.

O processo é longo para absorver a tecnologia assistiva, fazer as adaptações pessoais e para o ambiente que ajudarão na realização das atividades de vida diária e Instrumentais, produtivas e de lazer, incorporando a prótese ao seu cotidiano, para que ela faça parte dos seus movimentos e ações de maneira natural.

Para quem se interessou sobre o assunto, segue alguns links de leituras recomendadas:

Amputados de membros superiores e Terapia Ocupacional | por Eliana Queiroz.

A atuação da terapia ocupacional em Traumato-ortopedia, enfatizando as intervenções em casos de amputações e fraturas | por Janne Azevedo.

Membro Fantasma | por Percepto.

Uma Nova Mão para Bruno | por Mariana Fulfaro.

Cérebro “reconhece” nova mão após 35 anos | por Ana Cristina.

Autoconhecimento: Conheça a história de um campeão anônimo | por Mariana Uchôa.

Como dar apoio psicológico a pacientes amputados | por Mariane Boanato.

(*) Autoras:

20130826 - Marilda PiresMarilda Coelho Barçante Pires | Terapeuta Ocupacional do grupo de amputados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), centro de referência no tratamento de doenças e traumas ortopédicos de média e alta complexidades.

20130826 - Simone BastosSimone Maria de Bastos | Terapeuta Ocupacional pela Sociedade Unificada de Ensino Superior Augusto Mottae; coordenadora da Câmara Técnica de Saúde Funcional da Terapia Ocupacional, do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito 2); e coordenadora nacional do Grupo de Saúde Funcional da Associação Brasileira de Terapia Ocupacional (Abrato).

Leia também:

Série Especial “Dor fantasma, sensações fantasma e membro fantasma” | Parte 1 – O que são e como acontecem

Série Especial “Dor fantasma, sensações fantasma e membro fantasma” | Parte 2 – Como a Terapia Ocupacional reconhece e trata estes transtornos comuns a vida da pessoa amputada

Passo Firme – 29/08/2013
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Série Especial “Dor fantasma, sensações fantasma e membro fantasma” | Parte 2 – Como a Terapia Ocupacional reconhece e trata estes transtornos comuns à vida da pessoa amputada

Como recursos de reabilitação são utilizados a eletroterapia, termoterapia, hridroterapia, barras paralelas, cinesioterapia, entre outras.
Como recursos de reabilitação são utilizados a eletroterapia, termoterapia, hridroterapia, barras paralelas, cinesioterapia, entre outras.

Por Marilda Pires e Simone Bastos (*)

O que temos identificado durante o atendimento na Terapia Ocupacional com evidências de um bom prognóstico ocupacional demanda além dos componentes físicos, o componente subjetivo, ou seja, como a pessoa amputada reage e enfrenta as novas situações de vida. O tratamento na Terapia Ocupacional dependerá da avaliação e dos objetivos específicos para cada pessoa na modalidade de participação grupal.

O entendimento e a inteligência emocional são fatores fundamentais e fazem toda a diferença para compreensão do amputado dos fatos que antecederam o trauma. O terapeuta ocupacional deve orientá-lo quanto aos procedimentos técnicos que foram realizados e os que podem ainda ser necessários como uma nova avaliação médico cirúrgica em casos como excesso de peles no coto ou algum desconforto, buscando recursos sempre que precisos na equipe multidisciplinar.

As atividades dirigidas e intencionais, através do aprendizado de habilidades contra lateral ao membro amputado e muitas vezes não correspondente ao lado dominante estimulam e permitem o aparecimento de novas redes de conexões de células nervosas. As atividades terapêuticas ocupacionais têm essa propriedade e especificidade de proporcionarem estes mecanismos. Um novo esquema do corpo estará sendo construído pelos procedimentos terapêuticos tendo como objetivos gerais, prevenir efeitos nocioceptivos no membro amputado e tratá-lo promovendo o máximo de sua independência.

Na técnica do espelho de de Ramachandran, o reflexo do membro intacto engana o cérebro para que ele enxergue dois membros saudáveis. Isso permite que ele volte a enviar comandos para esse membro, para que ele se “mexa”, aliviando a dor.
Na técnica do espelho de de Ramachandran, o reflexo do membro intacto engana o cérebro para que ele enxergue dois membros saudáveis. Isso permite que ele volte a enviar comandos para esse membro, para que ele se “mexa”, aliviando a dor.

As atividades da vida diária fazem parte do tratamento na Terapia ocupacional assim como as adaptações necessárias no coto para a alimentação, vestuário, higiene pessoal, cuidados com a cicatriz, enfaixamento e modelagem do coto, cinesioatividade que propiciem as contrações isométricas, relaxante produzido pelo calor úmido no coto, uso de pré-prótese e da prótese com a utilização da técnica do espelho para o tratamento da dor e da imagem corporal e a troca da lateralidade sempre que precisa através do treinamento técnico para as habilidades manuais (coordenação motora fina e de aprendizado motor).

É através do planejamento e organização de etapas terapêuticas, ou seja, desde o tratamento do coto até o treinamento da prótese, que serão contempladas no programa de reabilitação e de protetização onde se pretende que a pessoa amputada tome “posse” do seu corpo e conquiste com propriedade sua independência e autonomia.

Observamos que para alguns amputados existe uma determinação em dizer para eles mesmos que sua perna ou seu braço não estão mais ali. Sabiamente movimentam o coto, fazem massagem ou contraem a musculatura residual do coto como recurso para eliminação das sensações e do membro fantasma. Um simples contato manual já ajuda neste desconforto.

20130827 - Citação Simone Bastos

Nas situações reflexas, de se apoiar na perna ou tentar pegar algo que caiu ou na realização de um jogo, a sensação do membro fantasma pode voltar porque está na memória funcional ainda presente. Dando um exemplo: na quadra de esporte um amputado de membro inferior procura onde está seu outro pé de sapato. Para alguns, esta sensação permanece e, se não incomodar, pode facilitar a coordenação da marcha com a prótese, da marcha com o andador ou com as muletas canadenses, assim como no uso de uma prótese mioelétrica ou biônica de membros superiores.

Quando solicitamos que pense no membro perdido ao dar o passo, colocando “o calcanhar” no início da marcha com a prótese ou sem ela, “andar como se estivesse com a sua perna”, tem possibilitado um caminhar mais leve e coordenado. Dessa forma promove menor esforço físico e menor consumo energético para a locomoção. Pensar nos alcances e padrões manuais também favorece o mecanismo de acionamento dos eletrodos e a coordenação das próteses de membros superiores.

Amanhã: A influência do fator emocional no processo de reabilitação

Leia também:

Série Especial “Dor fantasma, sensações fantasma e membro fantasma” | Parte 1 – O que são e como acontecem

(*) Autoras:

20130826 - Marilda Pires Marilda Coelho Barçante Pires | Terapeuta Ocupacional do grupo de amputados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), centro de referência no tratamento de doenças e traumas ortopédicos de média e alta complexidades.

20130826 - Simone BastosSimone Maria de Bastos | Terapeuta Ocupacional pela Sociedade Unificada de Ensino Superior Augusto Mottae; coordenadora da Câmara Técnica de Saúde Funcional da Terapia Ocupacional, do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito 2); e coordenadora nacional do Grupo de Saúde Funcional da Associação Brasileira de Terapia Ocupacional (Abrato).

Passo Firme – 28/08/2013
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Série Especial “Dor fantasma, sensações fantasma e membro fantasma” | Parte 1 – O que são e como acontecem

dor fantasma

Entre as pessoas amputadas fala-se muito em “dor fantasma”, “sensação fantasma” e “membro fantasma”. Tratam-se dos mesmos fenômenos ou cada manifestação possui suas especificidades e formas de tratamento? Eles são benéficos ou prejudiciais no processo de reabilitação do amputado? E como a Terapia Ocupacional reconhece e trata estes transtornos, interferindo positivamente no processo de reabilitação da pessoa amputada?

Estas perguntam começam a ser respondidas a partir de hoje através da série especial “Dor fantasma, sensações fantasma e membro fantasma: o que são, quando acontecem e como a Terapia Ocupacional reconhece e trata estes transtornos comuns a vida da pessoa amputada”, em três partes. Eles foram extraídos de um artigo escrito pelas terapeutas ocupacional Marilda Coelho Pires, do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), e Simone Bastos, do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito 2), em colaboração ao Blog Passo Firme. Vale a leitura e a reflexão!

20130827 - Dor Fantasma

Série Especial “Dor fantasma, sensações fantasma e membro fantasma” | Parte 1 – O que são e como acontecem

Por Marilda Pires e Simone Bastos (*)

A dor fantasma, as sensações fantasmas e o membro fantasma são sintomas geralmente presentes após a perda parcial ou total de um segmento do corpo.

A dor fantasma pode aparecer no pós-operatório imediato, durante o período da internação, sendo esta referente ao trauma cirúrgico, ocorrendo em 80% dos casos. Também decorre de um processo inflamatório, infeccioso, por gangrena ou alterações circulatória ou venosa, anteriores a amputação, que causaram muita dor ao membro.

A sensação da dor fantasma pode se assemelhar com a dor sentida no membro antes da amputação. Geralmente há um registro da memória da dor e esta pode permanecer por algum tempo ou desaparecer completamente. É comum que reapareça quando existe algum acontecimento que lembre a época do trauma ou da perda física.

20130827 - Sensação Fantasma

O membro fantasma pode ser definido como uma experiência de uma pessoa possuir um membro ausente que se comporta similarmente ao membro real.

Já a sensação do membro fantasma é uma experiência vivida pela maioria dos amputados. Com o tratamento tende a desaparecer, levando em média de três a quatro meses para a remissão (abrandamento ou diminuição) dos sintomas. Em algumas situações, porém, a sensação do membro fantasma pode persistir por longa data.

20130827 - Membro Fantasma

Relacionam-se ao membro ausente vários tipos de sensações (Rohlfs, Zazá, 2000, apud Demidoff et al., 2007) e as principais delas são descritas como: dor fantasma, dormência, queimação, câimbras, pontadas, ilusão vivida do movimento ou a sensação da existência do membro fantasma. (Giraux e Sirigu, 2003 apud Demidoff et al., 2007) Estas sensações fazem parte da fisiologia das células cerebrais que ainda estão se reestruturando nas novas conexões no cérebro.

Amanhã: Como a Terapia Ocupacional reconhece e trata estes transtornos comuns a vida da pessoa amputada

(*) Autoras:

20130826 - Marilda PiresMarilda Coelho Barçante Pires | Terapeuta Ocupacional do grupo de amputados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), centro de referência no tratamento de doenças e traumas ortopédicos de média e alta complexidades.

20130826 - Simone BastosSimone Maria de Bastos | Terapeuta Ocupacional pela Sociedade Unificada de Ensino Superior Augusto Mottae; coordenadora da Câmara Técnica de Saúde Funcional da Terapia Ocupacional, do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito 2); e coordenadora nacional do Grupo de Saúde Funcional da Associação Brasileira de Terapia Ocupacional (Abrato).

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Passo Firme – 27/08/2013
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Da ficção científica à realidade: o futuro da inteligência artificial e a fisiologia humana

Concebido para devolver a força dos músculos perdidos e conferir uma maior simetria de movimentos, o joelho Power Knee permite aos utilizadores percorrerem distâncias maiores e adapta-se a vários tipos de terreno.
Concebido para devolver a força dos músculos perdidos e conferir uma maior simetria de movimentos, o joelho Power Knee permite aos utilizadores percorrerem distâncias maiores e adapta-se a vários tipos de terreno.

É o tipo de tecnologia que temos visto nos filmes ao longo dos anos: a fisiologia humana torna-se sobre-humana, com membros biônicos que utilizam inteligência artificial. Mas os desenvolvimentos na biomecatrônica significam que as próteses que em tempos pareciam pura ficção estão agora a ajudar pessoas amputadas a levar uma vida sem limitações. Richard Hirons, especialista em próteses clínicas da Össur, fala-nos de alguns dos mais recentes produtos biônicos desta empresa e de até onde a tecnologia nos pode levar no futuro.

A Össur é especialista em dispositivos protésicos externos de substituição dos membros inferiores e em órteses, tais como reforços e suportes. “Definimo-nos a nós próprios como fornecedores de equipamentos, mas também trabalhamos com estabelecimentos clínicos para aperfeiçoarmos os produtos”, explica Hirons. “As próteses são, em alguns aspectos, como sapatos grandes. E nem todos os sapatos conseguem fazer tudo. Trata-se de adaptá-los às diferentes necessidades”.

As próteses normais são dispositivos passivos que respondem aos movimentos do corpo. “Os outros músculos das pessoas amputadas têm de trabalhar arduamente”, prossegue Hirons. “Mas, se são os músculos que fornecem a força necessária para o movimento das articulações, então por que não recorremos a motores para gerar essa força, diminuindo assim a carga fisiológica sobre o utilizador? Mas as articulações têm de receber a energia na altura certa, com a velocidade certa, com a força certa e com a amplitude de movimento certa”.

“As próteses são, em alguns aspectos, como sapatos grandes. E nem todos os sapatos conseguem fazer tudo. Trata-se de adaptá-los às diferentes necessidades”, afirma Hirons
“As próteses são, em alguns aspectos, como sapatos grandes. E nem todos os sapatos conseguem fazer tudo. Trata-se de adaptá-los às diferentes necessidades”, afirma Hirons

INOVAÇÃO BIÔNICA – Durante a última década, o portfólio de investigação e desenvolvimento da Össur tem-se concentrado na aplicação de sistemas de engenharia ao campo da biologia, com o objectivo de desenvolver produtos que respondam de uma forma humana a fim de restaurar as funções anatômicas perdidas através da amputação. O resultado é a tecnologia biônica, uma inovadora gama de membros inferiores protésicos que combinam a inteligência artificial com a fisiologia humana.

Os produtos biônicos aliviam as pessoas amputadas ao calcularem a forma como os seus membros deveriam mover-se controlando os movimentos por eles. Permitem assim que as pessoas se concentrem na sua atividade, em vez de terem de pensar na forma como estão a caminhar.

Rheo Knee
Rheo Knee

Os dois produtos biónicos da Össur para os joelhos, o Rheo Knee (foto) e o Power Knee (no destaque), começaram por ser projetos de investigação externos, que a empresa depois chamou a si. Originariamente desenvolvido no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o Rheo Knee recorre à inteligência artificial, que inclui microprocessadores, para controlar os movimentos. Consegue assim restaurar a capacidade de andar ao “aprender” e adaptar-se ao modo de andar da pessoa amputada, à sua velocidade e ao tipo de terreno em questão.

“Para que um joelho funcione correctamente, é necessária a conjugação de dois factores: a velocidade certa e o nível de amortecimento certo, para garantir o abrandamento dos movimentos”, refere Hirons. “A velocidade do andar determina a carga e o amortecimento necessários. Pense nisto como uma caixa de velocidades automática: o joelho controla-se automaticamente a si próprio, pelo que o utilizador não tem de se preocupar com ele”.

FUNCIONAMENTO – Mas como é que o joelho sabe o que fazer? Hirons explica: “O Rheo Knee recorre a sensores e a algoritmos de computador para identificar a fase de marcha (oscilação ou paragem) em que o utilizador se encontra. Quando detecta a localização do joelho, aplica força ou amortecimento, consoante as necessidades. Com os joelhos passivos, apenas pode ser utilizada uma configuração de amortecimento, pelo que os joelhos biónicos são muito mais versáteis”.

O Power Knee é ainda mais fascinante: concebido para devolver a força dos músculos perdidos e conferir uma maior simetria de movimentos, permite aos utilizadores percorrerem distâncias maiores e adapta-se a vários tipos de terreno. “Tem um motor incorporado, que faz com que o joelho vá buscar a sua própria energia ao aplicar a extensão e a flexão activas”, esclarece Hirons. “Basicamente, o Power Knee possibilita ao utilizador fazer mais com o mesmo esforço, ou o mesmo com menos esforço”.

Tal como o Rheo Knee, também o Power Knee recorre a sensores e tem um microprocessador para “aprender” o modo de andar do utilizador, ajustando-se automaticamente com base na velocidade, no terreno e na amplitude da passada. Mas também tem um giroscópio, que actua como um sensor de movimento, pelo que sabe sempre onde se encontra a articulação no “espaço”, bem como o respectivo ângulo de inclinação.

Proprio Foot
Proprio Foot

COMBINAÇÃO DE TECNOLOGIAS – A tecnologia biónica da Össur não se limita aos joelhos: o Proprio Foot foi desenvolvido no seio da empresa, e Hirons esteve envolvido nos primeiros ensaios. “A tecnologia do Proprio Foot foi sem dúvida inovadora”, recorda. “As pessoas precisavam de ter melhores respostas em diferentes tipos de terreno. Mesmo uma inclinação numa estrada, a adaptação a novos sapatos ou andar descalço sem comprometer o alinhamento da prótese podem ser difíceis para um amputado.”

O Proprio Foot substitui o tornozelo e foi concebido para pessoas com amputações abaixo do joelho. Permite ao utilizador ajustar a altura do calcanhar e adaptar-se a diferentes tipos de terreno. Tal como o Power Knee, possui um giroscópio no interior, que localiza o pé no espaço, bem como um motor incorporado, que muda o ângulo do pé.

A Össur já combinou também a sua tecnologia de ponta para conceber a Symbionic Leg (foto abaixo), a primeira perna biônica completa alguma vez criada. Conjugando as vantagens do Rheo Knee com as do Proprio Foot, esta perna artificial consegue também levantar ativamente os dedos dos pés, para reduzir os tropeções, e protege os utilizadores contra eventuais quedas ao fornecer um apoio de paragem instantâneo. Todos estes dispositivos tornam a vida com um membro protésico muito mais fácil e permitem uma maior mobilidade aos seus utilizadores.

20130826 - SYMBIONIC-LEGO FUTURO DA BIÔNICA – Conseguirá a tecnologia biônica levar os limites da ciência ainda mais além?

“Acredito que as melhorias na tecnologia dos sensores e o controle neural direto dos membros protésicos estarão entre os principais alvos da nossa atenção no futuro”, refere Hirons. “E a criação de músculos artificiais já está a ser explorada. Por outro lado, os produtos já existentes também podem ser aperfeiçoados: próteses com mais força, alternativas aos motores, redução do calor ou descoberta de fontes de energia alternativas. Atualmente, os utilizadores recarregam os seus membros durante a noite, como fazem com os seus telemóveis”.

“O caminho a seguir no futuro é descobrir formas de melhorar os mecanismos de controlo para produtos como a nossa Symbionic Leg”, conclui Hirons. “Atualmente, estamos a tentar adivinhar o melhor que podemos aquilo que o utilizador está a fazer e quer fazer, mas o controlo neural direto permitir-nos-ia deixar de tentar adivinhar”.

E os membros biônicos controlados automaticamente pelos nossos nervos, algo que parece fazer parte de um futuro distante, podem estar para breve: o Professor Gordon Blunn, de quem falamos em agosto, tem uma patente pendente para a sua tecnologia que combina o controlo neural com a tecnologia ITAP. Por isso, não perca de vista os nossos próximos artigos.

Fonte: Medtronic EUreka

Passo Firme – 26/08/2013
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Um resumo breve e sucinto da função da fisioterapia na reabilitação do amputado

Como recursos de reabilitação são utilizados a eletroterapia, termoterapia, hridroterapia, barras paralelas, cinesioterapia
Como recursos de reabilitação são utilizados a eletroterapia, termoterapia, hridroterapia, barras paralelas, cinesioterapia

A reabilitação do amputado é formada basicamente de quatro etapas fundamentais: pré-amputação, pós-amputação, pré-protetização e pós-protetização. Conheça as principais técnicas de fisioterapia utilizadas em cada uma dessas fases.

Na pré-amputação a reabilitação consiste na mobilidade no leito, no fortalecimento muscular, em manter ou aumentar a ADM (amplitude de movimentos) e, nos treinos de transferências, trabalhar equilíbrio e marcha.

Na pós-amputação a reabilitação consiste em prevenir contraturas articulares, fortalecer o membro amputado, em fortalecer e mobilizar o membro não afetado e o tronco, em controlar o edema do coto, em estimular independência, e na deambulação com auxiliares de marcha.

Na pré-protetização os objetivos de reabilitação são estimular as habilidades para realização de atividades sem uso de prótese, preparar o coto para ser protetizado, desenvolver programa de alongamento, propriocepção, fortalecimento, equilíbrio, coordenação e deambulação.

Como recursos de reabilitação são utilizados a eletroterapia, termoterapia, hidroterapia, barras paralelas, cinesioterapia.

Para uma melhor cicatrização são utilizadas a massoterapia, eletroterapia e a hidroterapia.

Para redução do edema é importante a orientação postural, a hidroterapia, a massoterapia e a cinesioterapia.

Em relação ao neuroma, a massoterapia, a eletroterapia (Ultrassom e TENS), a hidroterapia, a percussão, a aplicação de materiais de diferentes texturas são utilizados.

O uso do enfaixamento irá evitar o edema, irá modelar o coto, diminuir as sensações fantasmas, e proteger a pele. Ele deve ser utilizado durantes 24 horas por dia até a protetização, porém deve-se ter cuidado com alergias, isquemia, constrição ou ferimentos.

O enfaixamento transtibial deve ser realizado com o paciente sentado com o coto semifletido, já o transfemural deve ser relizado com o paciente em pé.

Para as dores e sensações fantasmas são utilizados o enfaixamento e a eletroterapia (Ultrassom e TENS).

A cinesioterapia consiste em alongamentos, mobilizações das articulações proximais e no fortalecimento das musculaturas. Nos membros superiores ela é importante para a realização das transferências e para o uso de muletas. No tronco ela objetiva evitar desvios posturais e desequilíbrios. No membro inferior não amputado deve-se trabalhar a realização dos decúbitos.

A pós-protetização consiste na avaliação da prótese, na colocação da mesma, na transferência sentado para em pé, equilíbrio e transferência de peso, treino de marcha, marcha em escadas e rampas, atividades esportivas e recreacionais.

Fonte: Blog de Fisio | Com edição do Blog Passo Firme.

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Passo Firme – 14/08/2013
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Amputações por acidente de trânsito dobram em SP

A maioria dos casos de amputações acontece nos membros inferiores e 80% são causados por motos, revelou a pesquisa
A maioria dos casos de amputações acontece nos membros inferiores e 80% são causados por motos, revelou a pesquisa

Levantamento do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, ligado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, aponta que o número de amputados em decorrência de acidentes de trânsito teve aumento de 100% em 2011, quando foram registrados 13 casos, para 2012, em que houve 26 casos.

Segundo o ortopedista e coordenador do grupo de trauma do instituto, Kodi Kojima, a maioria destes casos acontece nos membros inferiores e 80% são causados por motos.

Ainda segundo o levantamento, dos esmagamentos de membros, cerca de 80% são passiveis de reconstrução, 10% sofrem amputação imediata (no local do acidente), e nos outros 10% há uma tentativa inicial de preservação dos membros, mas eles acabam sendo amputados durante a hospitalização.

Durante a internação, esses pacientes passam em média por três procedimentos cirúrgicos, e nos dois anos subsequentes, 60% necessitam de reinternação e mais cirurgias, segundo o coordenador. Das vítimas, 40% voltam a ter um nível funcional bom e 30%, muito ruim.

Para Kojima, além dos problemas físicos, há os psicossociais. “Esses indivíduos podem passar por um ou mais do que se chama os ‘4Ds’ do amputado: divorciado, deprimido, desempregado e desmoralizado”, explica.

Mulheres, idosos, fumantes, e pessoas com doenças prévias podem ter maior probabilidade de apresentar complicações neste tipo de trauma. Além dos impactos físicos e psicossociais causados, o custo de amputar um membro ao longo da vida pode chegar a R$ 500 mil, entre próteses, retornos médicos e reabilitação, conclui o especialista.

Fonte: Hospital das Clínicas | Secretaria de Saúde de SP

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Passo Firme – 16/07/2013
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Australianos desenvolvem ‘olho biônico’ que pode ajudar até 85% dos cegos

Protótipo do 'olho biônico' desenvolvido na Universidade Monash: primeiro teste com a tecnologia deve acontecer em 2014 (Divulgação)
Protótipo do ‘olho biônico’ desenvolvido na Universidade Monash: primeiro teste com a tecnologia deve acontecer em 2014 (Divulgação)

Dispositivo é formado por chip implantado no cérebro e óculos com câmera, processador digital e transmissor wireless. Tecnologia deve ajudar pessoas com deficiência visual causada por doenças como glaucoma, degeneração macular e retinopatia diabética. Primeiro teste em paciente será feito em 2014

Um grupo de cientistas e designers australianos desenvolveu um protótipo de “olho biônico” para devolver a visão a pessoas cegas. Os testes em pacientes começarão no próximo ano. O dispositivo é composto por óculos que captam, com a ajuda de uma câmera digital, a imagem ao redor do indivíduo e enviam esses estímulos visuais a um chip implantado no cérebro. Se os experimentos envolvendo a tecnologia correrem como o esperado, ela terá o potencial de devolver a visão a até 85% das pessoas classificadas como clinicamente cegas (com pouca visão e percepção de luz ou então sem visão alguma).

A tecnologia está sendo desenvolvida por especialistas do Grupo de Visão da Universidade Monash, na Austrália. Em seu site oficial, o grupo informa que o olho biônico está sendo desenvolvido para “pessoas com deficiência visual causada por uma série de condições, como glaucoma, degeneração macular e retinopatia diabética. Ele também pode ajudar pessoas com danos em seus nervos ópticos ou em seus olhos causados por um trauma ou uma doença.”

Monash University
Monash University

O modelo desse olho biônico é formado por óculos e chip. Na parte da frente dos óculos, há uma câmera digital embutida que capta as imagens. Na parte interna dos óculos, existe um sensor que percebe os movimentos dos olhos e é utilizado para direcionar corretamente a câmera. Na lateral dos óculos, os especialistas inseriram um processador digital que recebe as informações visuais da câmera e as envia a um chip que deve ser inserido na parte de trás do cérebro do paciente. Esse chip, por sua vez, emite sinais elétricos ao córtex visual, que interpreta esses sinais como a visão.

“O que nós acreditamos que o paciente enxergará é uma espécie de imagem de baixa resolução, mas suficiente para identificar, por exemplo, a borda de uma mesa, a silhueta de um ente querido, um degrau na calçada ou algo do tipo”, disse Mark Armstrong, professor da Universidade Monash, ao programa de rádio PM, da Australian Broadcasting Corporation (ABC).

OUTROS TESTES — Em agosto de 2012, essa mesma equipe anunciou a implantação do protótipo do que chamou de “olho pré-biônico”. A abordagem consistiu em implantar eletrodos na retina de uma paciente com retinite pigmentosa degenerativa, um tipo de degeneração da retina que leva à perda da visão. A ideia era a de que os eletrodos enviassem impulsos elétricos para as células nervosas dos olhos e devolvessem parte da visão à paciente. De acordo com o grupo, esse método é adequado a pessoas com retinite pigmentosa e também degeneração macular relacionada à idade.

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Fonte: Veja Ciência

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Passo Firme – 11/06/2013
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Amputação e Reimplante: membro amputado deve ser cuidado rapidamente, diz especialista

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Procedimento tem grande chances de sucesso, por isso o membro amputado deve ser cuidado rapidamente

Por Dr. Rames Mattar*

A amputação acidental de um membro – como um corte violento, um acidente de trabalho ou um arrancamento – causa um susto muito grande por seu impacto visual, mas com calma e agilidade a situação pode se tornar menos definitiva do que parece. Se a parte separada do corpo for cuidada e levada rapidamente, junto à pessoa acidentada, a um centro especializado, as chances de um reimplante com sucesso são muito grandes.

O reimplante é um procedimento cirúrgico de reconstrução e religamento das artérias, veias e das demais estruturas de um segmento amputado, de forma completa. Seu objetivo não é apenas restabelecer a perfusão sanguínea, mas sobretudo obter o retorno da função dessa extremidade.

Para tanto, assim que ocorre a amputação, é muito importante que o membro amputado seja cuidado o mais rapidamente possível. O ideal é lavá-lo com solução antiséptica, envolvê-lo em compressa estéril embebida em soro fisiológico e depois colocá-lo em um saco plástico estéril dentro de um recipiente com gelo, sem contato direto para que não haja queimadura da pele.

Como nem sempre as pessoas contam com soluções antisépticas à mão, pode-se colocar o membro amputado sob água corrente apenas para tirar a sujeira mais grosseira e depois colocá-lo dentro de um saco limpo, para então posicioná-lo em um recipiente com gelo. Depois disso, o ideal é chegar em pouco tempo a um hospital ou posto de saúde. Caso não seja possível realizar o procedimento de reimplante ali, será possível pelo menos o acondicionamento correto da parte amputada.

“Qualquer segmento corpóreo que seja amputado traumaticamente poder ser reimplantado desde que tenha uma artéria e uma veia reparável para que se recupere o fluxo sanguíneo”, afirma o cirurgião ortopédico do Einstein, Dr. Rames Mattar.

“Os resultados funcionais desse procedimento são muito melhores do que as próteses disponíveis ainda hoje, por isso deve-se sempre tentar o reimplante”, alerta.

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Quanto tempo o reimplante consegue esperar?

O tempo de isquemia, ou seja, que a parte amputada pode ficar sem circulação sanguínea, é de no máximo 6 horas, desde que ela esteja mantida em hipotermia a 4 graus (no gelo, por exemplo). Depois desse tempo, ela entra em metabolismo sem oxigênio e produz ácido lático e uma série de outros catabólitos. Se for reimplantada, pode trazer risco à vida do indivíduo.

De qualquer forma, porém, decidir se o membro pode ou não ser reimplantado cabe apenas à equipe médica. Portanto, caso um trauma com amputação aconteça, siga as instruções acima e procure rapidamente um hospital.

Nas amputações de dedo ou ao nível da mão, por exemplo, a quantidade de tecido sem sangue arterial é pequena e a quantidade de substancias tóxicas geradas não é suficiente para trazer risco de vida ao paciente. “Existem casos em que o reimplante foi realizado em mais de cinquenta horas após a amputação”, conta o Dr. Mattar.

Por isso o mais importante é manter o membro amputado bem acondicionado, limpo, em ambiente estéril e hipotermia. “Nestas condições, é muito difícil que o reimplante não possa ser realizado. Um problema, porém, é que no Brasil existem poucas equipes treinadas para este procedimento”, afirma.

RISCO DE VIDA – Mesmo com as dicas acima, é muito importante saber que o reimplante, que é um procedimento demorado, só é indicado se o paciente não estiver correndo risco de vida por outras lesões.

“Em eventos traumáticos, muitas vezes o paciente chega ao hospital com outras complicações, mais graves, que oferecem risco imediato a sua vida. Só realizamos a cirurgia de reimplante se o paciente não estiver correndo este risco. A prioridade é sempre salvar a vida do indivíduo antes de qualquer coisa”, explica o cirurgião.

O reimplante de membros inferiores, por exemplo, acontecem com menor frequência se comparado ao de membros superiores. Justamente porque a energia liberada pelo trauma costuma ser tão grande que o paciente chega ao hospital com lesões abdominais, por exemplo, que oferecem maior risco de vida e, portanto, é tratada com prioridade.

SENSIBILIDADE – Quando um reimplante é realizado, todas as estruturas são reparadas, inclusive os nervos periféricos. Portanto, além da função, a sensibilidade também é reparada, mesmo que o resultado não seja perfeito.

É claro que, apesar da tentativas, a reparação da anatomia da forma exata que era antes do trauma nem sempre é possível. “O membro pode ficar encurtado, ganhar uma forma um pouco diferente e sem a sensibilidade completa. Mesmo assim, os resultados são superiores às próteses, que não oferecem nenhuma sensibilidade”, alerta o médico.

Quanto ao retorno da funcionalidade, alguns fatores podem influenciar, como a idade do paciente (quanto mais jovem, melhor o resultado funcional), a motivação, a ocupação e o tempo de isquemia.

* Cirurgião ortopédico do Einstein

Fonte: Hospital Albert Einstein

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Passo Firme – 04/06/2013
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Maioria dos casos de amputação acontece por falta de cuidados com o diabetes

Um dos principais cuidados é em como tratar as feridas, afirmam os especialistas
Um dos principais cuidados é em como tratar as feridas, afirmam os especialistas

A amputação de algum dos membros – especialmente dos inferiores – é uma das complicações mais graves, mas infelizmente ainda bastante comum em decorrência de falta de cuidados com a diabetes. Cerca de 40 a 70% de todas as amputações das extremidades inferiores estão relacionadas ao diabetes mellitus, sendo que 85% das amputações das extremidades inferiores relacionadas ao diabetes são precedidas de uma ulceração nos pés.

Segundo o enfermeiro Antônio Rangel, especialista no tratamento de pés diabéticos e assessor técnico da Membracel (empresa responsável pela produção da membrana de celulose para tratamento de feridas crônicas e lesões da pele), os pacientes diabéticos devem ter cuidado redobrado com a saúde e com as feridas e lesões da pele.

“Devido a uma lesão chamada neuropatia diabética, é comum a perda da sensibilidade dos membros inferiores, afetando, inicialmente, os dedos e outras áreas dos pés. No caso dos diabéticos, o menor machucado pode infeccionar e evoluir facilmente para um caso grave de gangrena, correndo o risco até mesmo de amputação”, destaca.

O enfermeiro ressalta, ainda, que é necessário estar atento a cuidados básicos preventivos, no caso das pessoas que já possuem a doença, como: usar calçados confortáveis e adequados para os pés, cortar as unhas com cuidado e adequadamente, hidratar os pés e pernas diariamente e estar atento a qualquer calosidade ou lesão da pele.

“Caso ocorra alguma ulceração ou o paciente já possua alguma ferida ou lesão, é preciso tratá-la o quanto antes, com medicamento e curativo adequados, evitando, assim, a complicação do quadro”, afirma Rangel.

Um desses curativos é a Membracel, uma tecnologia ainda pouco conhecida, desenvolvida no Paraná. Trata-se de uma membrana de celulose bacteriana porosa – capaz de substituir temporariamente a pele humana, promovendo a rápida regeneração de lesões causadas por queimaduras, úlceras de membros inferiores ou em qualquer outra situação onde ocorra a falta da epiderme ou da derme.

Com cuidados adequados, é possível manter a saúde do pé diabético
Com cuidados adequados, é possível manter a saúde do pé diabético

O DIABETES – Atualmente o diabetes chegou a um estágio de epidemia mundial, com 246 milhões de pessoas atingidas pela doença. De acordo com dados da pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) do Ministério da Saúde, só no Brasil, são mais de 7,5 milhões de brasileiros diabéticos.

Caracterizado pelas altas taxas de açúcar no sangue, o diabetes pode provocar doenças no coração, rins, cegueira e outras complicações. O tipo 2 é o mais comum, aparecendo em cerca de 90% dos pacientes, e, apesar da carga genética, está associado ao sedentarismo e à obesidade, sendo mais frequente na fase adulta. Neste caso, o pâncreas falha gradualmente e pode ser controlado com remédios e dieta. Já o tipo 1 costuma surgir na infância ou adolescência e torna os pacientes dependentes da injeção de insulina por toda a vida.

Fonte: Segs

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Passo Firme – 22/04/2013
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Cientistas desenvolvem prótese wireless que funciona com a força do pensamento

O sorriso emocionado de uma pessoa que, pela primeira vez em 15 anos, conseguiu pegar alguma coisa e fazer com ela exatamente o que desejava //Crédito: Reprodução
O sorriso emocionado de uma pessoa que, pela primeira vez em 15 anos, conseguiu pegar alguma coisa e fazer com ela exatamente o que desejava //Crédito: Reprodução

Pesquisadores da Brown University criam interface cérebro-máquina que, mesmo sem o uso de fios, envia sinais eletromagnéticos a um metro de distância

Já faz um tempo que os cientistas, em especial o brasileiro Miguel Nicolelis, criaram dispositivos que permitem que pessoas amputadas movimentem próteses com a força do pensamento. Acontece que esse mecanismo era invariavelmente assim: ou plugado a uma série de fios, ou wireless mas extremamente limitado. Um estudo recém-publicado acaba de juntar o melhor das duas técnicas.

Em um release divulgado pelo National Institutes of Health – órgão do governo americano dedicado a estudos sobre medicina que bancou a pesquisa – uma das coordenadoras da agência, Grace Peng, diz que “para quem perdeu um membro, a reabilitação pode ser demorada e frustrante porque é preciso aprender uma maneira nova de fazer algo que o resto de nós faz sem pensar ativamente a respeito”. O sensor criado por cientistas da Brown University foca exatamente esse aspecto: possibilitar uma recuperação tranquila e que não prejudique a qualidade de vida do paciente.

O pequeno aparelho (ele tem o tamanho de um comprimido) é acoplado à superfície do córtex motor, área do cérebro responsável pela nossa movimentação e coordenação motora. Basta a pessoa pensar no movimento que deseja fazer e a prótese obedece. É disso que a doutora Grace se refere quando fala de “aprender novas maneiras” – normalmente não precisamos raciocinar para levar o braço até os talheres que repousam em cima da mesa.

No vídeo abaixo você confere os pesquisadores falando sobre o estudo. No minuto 1:38 há uma comovente cena em que uma tetraplégica consegue pegar uma garrafa térmica e tomar o café através de um canudinho.

Um dos maiores desafios enfrentados foi o material – ele tinha que ser delicado para não agredir o cérebro, mas ao mesmo tempo deveria ser potente o suficiente para transformar a atividade cerebral em sinais digitais que seriam interpretados por um computador fora do corpo. O sensor é feito de titânio, mas no centro dele há uma rodela de safira, material que facilita a condução de sinais eletromagnéticos, característica essencial tanto para otimizar a transmissão sem fios quanto pra recarregar a bateria do aparelho: por estar dentro da cabeça da pessoa, até a recarga tem que ser feita de maneira wireless.

Em testes realizados com animais (dois porcos e dois macacos) ficou provado que os sinais eram transmitidos a até um metro de distância e que mesmo após um ano de uso o dispositivo ainda funcionava bem.

Fonte: Galileu / Via FastCoExist

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Passo Firme – 21/04/2013
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Mão ou braço podem ser reimplantados até seis horas após amputação

CICLISTA

No último domingo (10), o caso do ciclista que teve o braço arrancado após ser atingido por um motorista em São Paulo chocou o país. A equipe que atendeu o rapaz no Hospital das Clínicas (HC) estava pronta para tentar o reimplante, mas o braço, atirado em um córrego pelo atropelador, não foi encontrado. “O tempo de tentativa já se foi e só nos restou somente a opção de limpar e suturar a ferida”, desabafou uma das médicas no Facebook.

Quanto mais próxima do tronco for a parte amputada, menor o prazo para se tentar o reimplante. Em casos de braços ou mãos extirpados, o limite é de seis horas, segundo os médicos. Já quando se perde um dedo ou parte dele, por exemplo, o limite aumenta para até 20 horas. Isso se as condições do paciente permitirem e se o membro for conservado adequadamente até a chegada ao hospital – ele deve ser colocado em um saco plástico com água ou envolvido em um pano limpo, e então guardado em um recipiente com gelo.

“Nem sempre é possível tentar o reimplante”, frisa o ortopedista e microcirurgião Marcelo Rosa de Rezende, do Instituto de Ortopedia do HC. Em primeiro lugar, é preciso considerar o estado geral da vítima – se ela sofreu algum trauma mais importante, o foco dos médicos deve ser em salvar a vida e evitar sequelas mais graves. A cirurgia para recolocar o membro amputado é longa e nem todo paciente tem condições de ser submetido ao procedimento.

Outro aspecto importante é a maneira como ocorreu a amputação: os casos de arrancamentos são sempre mais complexos que decepamentos provocados por máquinas industriais, algo que ocorre com muito mais frequência no Brasil.

Por fim, é importante lembrar que não é qualquer hospital, nem qualquer profissional, que está habilitado a fazer esse tipo de cirurgia. Em geral, reimplantes são feitos por cirurgiões-ortopedistas ou cirurgiões plásticos com especialização em microcirurgia, uma técnica muito específica.

RISCOS – Passado o prazo para a tentativa de reimplante, o risco para o paciente é muito grande. “No período sem circulação, a estrutura começa a sofrer decomposição e libera substâncias que, depois, quando o sangue volta a circular, são levadas para órgãos como pulmões ou rins e podem até levar à morte”, explica Rezende.

Além de estimar todos esses riscos, o médico precisa avaliar se o membro reimplantado terá alguma função após o procedimento. “Às vezes um dedo sem movimento pode até atrapalhar os outros”, comenta. Nesse caso, é preciso ser firme e não ceder às pressões da vítima e de seus familiares, que às vezes estão mais concentrados na questão estética.

Quando a amputação é de membros inferiores, aliás, a indicação para reimplante é bem mais restrita. As próteses, nesse caso, funcionam bem e podem ser a melhor opção para que o paciente volte a andar e leve uma vida normal.

A cirurgia de reimplante é bastante delicada, por isso só pode ser feita por um profissional capacitado. No caso de um dedo, por exemplo, pode levar até quatro horas. Uma mão, cerca de oito horas.

O ortopedista e especialista em cirurgia de mão Mario Vieira Guarnieri, do Hospital Israelita Albert Einstein, conta que, ápós a limpeza dos cotos, o primeiro passo é a fixação óssea, que às vezes requer pinos ou placas. Em seguida, é preciso suturar todos os principais tendões, e então partir para as artérias e veias disponíveis e, por último, para os nervos envolvidos. A reabilitação, depois, também é longa.

o que fazerPRIMEIROS SOCORROS – Caso uma pessoa presencie uma amputação, o procedimento mais importante é socorrer a vítima, usando um pano ou algo parecido para fazer uma compressão forte no local a fim de conter a hemorragia. “Geralmente as artérias cortadas entram em espasmo e param de sangrar depois de alguns minutos”, diz o cirurgião do Einstein.

A parte do corpo que foi amputada precisa ser conservada em baixas temperaturas para adiar sua deterioração. Mas, atenção: nunca se deve colocar o tecido diretamente em contato com o gelo. Lembre-se dos documentários sobre exploradores que perderam os dedos pela exposição ao frio extremo.

Não tente lavar ou desinfetar a parte amputada, para não correr o risco de deteriorá-la ainda mais. A vítima e a parte amputada devem ser levadas o mais rápido possível para um grande hospital, se possível um centro que tenha um setor especializado em atendimento a trauma.

Fonte: UOL Notícias

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Passo Firme – 14/03/2013
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Cérebro humano trata membros amputados como se ainda existissem

Segundo a Universidade de Oxford, a dor fantasma num membro amputado pode estar associada a quão vívido o cérebro ainda representa o membro ausente
Segundo a Universidade de Oxford, a dor fantasma num membro amputado pode estar associada a quão vívido o cérebro ainda representa o membro ausente

Anos após perderem uma perna ou um braço, o cérebro de vítimas de amputação ainda possui a imagem do membro perdido, que pode ser exatamente igual à imagem do membro real, segundo um novo estudo no Reino Unido. Um grupo de 18 amputados colaborou no estudo. Por meio de ressonância magnética, foi comprovado que pessoas com sintomas fortes de dor fantasma são precisamente as pessoas que possuem a imagem cerebral mais realista de seus membros ausentes.

“Quase todas as pessoas que perderam um membro ainda têm alguma sensação de que ele está presente e acredita-se que cerca de 80% dos amputados ainda sofrem de algum grau de dor associado com o membro perdido”, afirmou Tamar Makin, coordenador do estudo da Universidade de Oxford, num comunicado de imprensa.

Os investigadores observaram o que acontecia quando o cérebro dos participantes movimentava seus dedos fantasma. Muitos deles representaram os membros amputados em seus cérebros exatamente como um membro normal. A parte do cérebro que controlava o membro ausente era menor do que o normal em amputados, mas para indivíduos que sofriam de intensa dor fantasma não havia quase diferença, sendo a área representada praticamente da mesma forma.

Ainda não é claro se são alterações no cérebro que provocam a dor fantasma ou vice-versa. Os investigadores esperam que suas descobertas possam contribuir para descobrir um tratamento à dor fantasma, que pode ser debilitante.

“Imagine que você está usando uma luva que se estende desde os dedos até o cotovelo”, explica Lynn Ledger, uma participante do estudo, no comunicado. “Mas em toda a extensão coberta pela luva, a sensação é de que ela está constantemente esmagando seu braço. Existe também dores agudas intensas e forte sensação de queimação que aparece e desaparece, contudo a dor de forte esmagamento é constante.”

No entanto, apesar da estrutura e função na região cerebral do membro amputado permanecer, outras ligações no cérebro parecem ter sido perturbadas. “Esta desconexão entre o mundo físico e o que eles estão experimentando parece estar relacionada a uma desconexão funcional no cérebro”, diz Makin. “Parece haver uma débil conexão entre a área do cérebro associado ao membro ausente e o resto do córtex envolvido no movimento.”

A pesquisa foi publicada no jornal Nature Communications em 5 de março.

Fonte: Epoch Times / Via Nature Communications

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Passo Firme – 09/03/2013
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A cada novo encaixe… um recomeço

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Passado o afã do evento de premiação do Top Blog, no último dia 26 de janeiro, na semana subsequente (de 28/01 a 1º/02) dei início no Centro Marian Weiss (CMW) ao processo de confecção do SiOCX (foto), um novo tipo de encaixe que começou a ser testado em alguns pacientes da clínica. Foi tirado um novo molde do coto que servirá de base para o interior do encaixe, que dispensa o uso do liner.

Como só poderei voltar a São Paulo em abril, darei o “ok” ao pessoal da clínica – se tudo estiver bem, é claro! – com 30 dias de antecedência, para que eles possam finalizar o encaixe. “Este tempo é necessário porque a fabricação do silicone anatômico da parte interna do SiOCX é feita na fábrica da Ottobock, em Campinas”, informa o ortopretesista do CMW Rodrigo Moura.

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Minha estadia em SP serviu para identificar também que não houve reduções significativas nas proporções do coto. A perna estava soltando devido a entrada de ar pela válvula de expulsão. Substituída a peça por outra de modelo diferente, o problema sanou. Além disso, não preciso mais  usar aquele “cinto de castidade” (risos) cedido pela amiga Valdete para auxiliar na fixação da prótese. Além de desnecessário, apertava demais a barriga – creio que tenha ficado pequeno para os meus 92 cm de circunferência abdominal!.

O SISTEMA – Com relação ao sistema SiOCX, o representante da Ottobock que atende os pacientes no CMW o define como mais uma alternativa em substituição ao liner Seal-In, com a vantagem da confecção personalizada e anatômica do silicone de acordo com o coto do paciente.

“Enquanto o ‘liner’ é fabricado em tamanhos e diâmetros pré-definidos para os quais o paciente precisa se ajustar, o SiOCX oferece a possibilidade de personalização de acordo com a anatomia do coto”, explica, que ressalta ainda a fixação mais eficiente da prótese, por envolver todo o coto, diferente do liner, cuja sucção funciona apenas das membranas (anéis) para baixo.

sacolinhaVANTAGENS/DESANTAGENS – Por um lado, o sistema inova por combinar uma espécie de “duplo encaixe”, no qual a parte interna é toda confecciona a base de uma resina semelhante a silicone, porém, mais resistente, podendo ser flexível nas bordas. A parte externa é feita em fibra de carbono, permitindo abertura de ‘janelas’ no encaixe, criação de áreas flexíveis na parte superior. A proposta é oferecer o máximo de conforto, higiene e funcionalidade para o usuário.

Por ficar preso à parte rígida do encaixe, o sistema SiOCX, por outro lado, traz de volta a necessidade daquelas sacolinhas (foto) para a colocação da prótese. Lembram delas? Este “retrocesso”, por assim dizer, é visto como uma desvantagem em relação ao liner Seal-In, que aboliu o uso do acessório e consagrou-se como um dos sistemas mais usados pelas ortopedias para confecção das próteses de membros inferiores – tanto tibiais quanto transfemurais.

Enfim, a proposta do novo produto é boa. Se vai funcionar… só o tempo dirá.

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Passo Firme fica com o terceiro lugar no Top Blog 2012

Passo Firme – 15.02.2013
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Diabetes: dicas de como inspecionar os pés

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Todo mundo está careca de saber que o Diabetes aumenta as chances de se desenvolver problemas nos pés e, como por consequência, o risco de amputação. Então a dica é inspecionar os pés todos os dias. Isso ajuda a encontrar pequenas irritações da pele antes de se tornarem graves infecções. Se visualizar o fundo dos pés, use um espelho ou peça a um membro da família ou amigo para ajudar.

Abaixo estão algumas dicas para ajudar você a olhar para problemas nos pés. Tente verificar seus pés, ao mesmo tempo a cada dia, como quando você sair da cama pela manhã.

  1. Verifique a parte superior de cada pé. Os topos dos dedos, nas costas do calcanhar, borda externa do pé pode ter pontos de fricção devido a má montagem dos calçados.
  2. Verifique a parte inferior de cada pé. O desgaste diário muitas vezes leva a problemas em pontos de pressão.
  3. Verifique os dedos dos pés e unhas. infecções fúngicas ocorrem frequentemente entre os dedos.
  4. Verifique os seus sapatos também. Objetos soltos dentro de um sapato pode ferir o pé. Use sua mão para se sentir dentro de seus sapatos para coisas como seixos, costura solta, ou áreas ásperas que podem irritar a pele.

OS SINAIS DE ALERTA – Procure por todas as mudanças de cor no pé. Vermelhidão com estrias pode sinalizar uma infecção grave, que precisa de atenção médica imediata Informe o seu médico imediatamente se você tem algum destes problemas:

  • Inchaço, por vezes, com as alterações de cor, pode ser um sinal de fluxo de sangue pobre ou infecção. Os sintomas incluem sensibilidade e um aumento no tamanho do seu pé.
  • Áreas quentes ou quente nos pés podem ser sinais de infecção. Um pé que está frio pode não estar recebendo sangue suficiente.
  • Sensações como queimadura, formigueiro, ou “alfinetes e agulhas” podem ser sinais de um problema. Também verifique se há áreas que podem estar dormentes.
  • Os pontos quentes são causadas por fricção ou de pressão. Olhe para os pontos críticos nas regiões que sofrem uma grande quantidade de fricção. Os pontos quentes podem se transformar em bolhas, calos, ou feridas.
  • Rachaduras e feridas são causadas por pele seca ou irritada. Eles são um sinal de que a pele é de quebrar, o que pode levar a infecção.
  • Drenagem e odor pode desenvolver a partir de feridas não tratadas e úlceras. Chame o seu médico imediatamente se você observar a drenagem branca ou amarela, sangramento, ou odor desagradável.

Fonte: Site Canbler

Passo Firme – 09.01.2013
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