Alan Fonteles supera americano em Copa e brinca: ‘Bolt que me espere’

Fonteles chega bem à frente do americano na prova dos 150m
Fonteles chega bem à frente do americano na prova dos 150m

Brasileiro, medalha de ouro nos 200m em Londres, vence Jerome Singleton no duelo paralímpico dos 150m; Franciela das Graças triunfa no feminino

Nos Jogos de Londres 2012, Alan Fonteles surpreendeu o mundo e derrotou o sul-africano, e favorito, Oscar Pistorius para ser campeão paralímpico dos 200m (veja o vídeo). Na manhã deste domingo (31), o brasileiro não teve problemas para superar o americano Jerome Singleton no primeiro desafio do evento “Bolt Contra o Tempo”, na Praia de Copacabana (foto). Com o tempo de 15s68, Fonteles venceu a corrida mano a mano de 150m com sobras e brincou desafiando Usain Bolt, bicampeão olímpico dos 100m, 200m e 4x100m.

“Fiz 15s68. Bolt que me espere”, brincou Fonteles. O recorde mundial dos 150m pertence ao jamaicano, que tenta batê-la no Rio. A marca é de 14s35.

Sob sol forte e com uma boa presença de público na Praia de Copacabana, Fonteles não teve um bom início. O americano campeão mundial dos 100m, em 2011, largou melhor. Mas, com o incentivo da torcida, o brasileiro se recuperou, assumiu a ponta no meio da prova e abriu vantagem para vencer com quase um segundo de diferença (15s68 x 16s45).

“Minha largada não costuma ser muito boa, mas cresci ali pelo meio e consegui colocar uma velocidade boa, como foi em Londres. Queria agradecer a presença de todos. Isso aqui é uma prévia do que vai acontecer em 2016. Tenho certeza que vão estar todos nos estádios torcendo para os brasileiros. Nós vamos fazer bonito”, avisou o brasileiro, já de olho nos Jogos Olimpícos e Paralímpicos do Rio de Janeiro.

francielaDESAFIO FEMININO – Em seguida, foi a vez do desafio feminino. Com tempo de 16s75, Franciela das Graças foi a vencedora, à frente de Rosângela dos Santos e Vanda Gomes, que chegaram juntas com 17s12, e Evelyn Santos, a quarta, com 17s75.

“Foi muito bom competir perto desse pessoal, do calor do brasileiros. Foi uma prova diferente, a gente não está acostumado a correr 150m em linha reta, senti um puco de dificuldade no fim, mas foi muito bom”, comentou Franciela.

A brasileira também mostrou satisfação de participar do mesmo evento que o maior nome do atletismo mundial. “É um privilégio correr antes do Bolt, que é um ídolo de todos nós. Entre nós, ele é exatamente do jeito que é na pista, extrovertido, brincalhão. O que se vê na TV ele é pessoalmente”, disse.

EVENTO PRINCIPAL – No desafio principal do evento “Bolt Contra o Tempo”, o astro jamaicano terá de enfrentar o antiguano Daniel Bailey, o equatoriano Alex Quiñones e o brasileiro Bruno Lins. Bolt tentará superar o melhor tempo do mundo na prova de 150m (14s35), que é dele mesmo. O GLOBOESPORTE.COM transmite o desafio ao vivo.

Fonte: Globo Esportes

Passo Firme – 1º/4/2013
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Alan Fonteles fala sobre planos para o futuro e desejo de enfrentar Usain Bolt

 

Alan aproveitou ainda para relembrar a conquista no Estádio Olímpico, com 70 mil pessoas e diante do até então favorito Oscar Pistorius

Alan Fonteles (foto), medalhista de ouro nos 200m nos Jogos Paralímpicos de Londres, está em Madri para participar da 3ª edição da semana do esporte inclusivo. O jovem de 20 anos aproveitou a visita à capital espanhola para conhecer as instalações do Real Madrid, um dos maiores clubes de futebol do mundo.

“Sempre sonhei em conhecer os jogadores do Real Madrid, foi uma grande emoção para mim estar com o Kaká, Casillas e Cristiano Ronaldo. Pude conversar um pouco com o José Mourinho, que é um grande técnico. Aprendi mais sobre futebol, adorei a experiência”, contou.

Alan aproveitou ainda para relembrar a conquista no Estádio Olímpico, com 70 mil pessoas e diante do até então favorito Oscar Pistorius. Além disso, o campeão comentou sobre os próximos passos após a inédita medalha de ouro em Londres e revelou um desejo especial.

“Foi a realização de um sonho após quatro anos de treinos intensos e muito sacrifício. Meu foco agora é o Mundial de 2013 e os Jogos do Rio em 2016, onde estarei em casa. Não penso ainda em competir com atletas sem deficiência, apesar de querer desafiar o Usain Bolt (foto). Ele é meu ídolo e também uma referência no esporte, me espelho muito nele”, afirmou.

DESAFIO – Durante a 3ª edição da semana do esporte inclusivo, a estação de metrô de Nuevos Ministerios foi palco do “Desafio de Oliveira”. Um telão de 15 metros, com uma imagem gravada de Alan Fonteles em velocidade real, exibia a projeção do atleta para os espectadores. Algumas pessoas que estavam no evento tentaram, sem sucesso, seguir o campeão paralímpico.

Fonte: CPB

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Alan Fonteles descarta olimpíada, mas quer disputar Troféu Brasil

Passo Firme – 25.10.2012
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Alan Fonteles descarta Olimpíada, mas quer disputar Troféu Brasil

Apesar de ter vencido Oscar Pistorius na final dos 200m da classe T44 dos Jogos Paralímpicos de Londres, o brasileiro Alan Fonteles (foto) não tem intenção de disputar as Olimpíadas, como o sul-africano fez em 2012. Por outro lado, deseja atuar no Troféu Brasil de Atletismo. “Não tenho nenhuma intenção de competir entre os olímpicos, como Pistorius fez. Meu negócio é Paralimpíada”, afirmou o atleta que também disputa os 100m e os 400m.

“Posso correr os 200m abaixo de 21s (seu melhor é 21s45). Eu tenho muito a melhorar: em Londres ganhei o ouro, mas minha largada foi péssima. Quando chegar a um tempo próximo de 20s7 ou 20s8, entro na briga para disputar o Troféu”. O quinto melhor brasileiro na prova este ano é Aílson Feitosa, que cravou 20s62, marca próxima da que o paralímpico mira.

Há um motivo para tamanha obsessão de Alan pelo Troféu, que ainda não tem data confirmada para 2013. As primeiras lembranças do atletismo são justamente de provas da competição, mais notadamente de seu ídolo, o ex-velocista Robson Caetano – medalhista olímpico de bronze em Seul-1988 e Atlanta-1996. “Não é questão de provar nada para ninguém. É sonho de criança”, declarou.

A vitória na Paralimpíada ganhou mais repercussão após declarações injustas de Pistorius e mudou a vida do brasileiro. Enquanto curte férias em seu estado natal, patrocinadores estão no encalço, autoridades o buscam para homenagens e pessoas o abordam nas ruas. Alan curte tudo isso.

Confira a entrevista com Alan Fonteles:

Você disse que pode melhorar bastante nos 200m. E o que mira em outras provas?
Alan: Eu avalio muito minhas corridas com meu técnico (Amauri Veríssimo). Sempre peço para alguém filmar, para avaliar biomecânica e corrigir erros. Tenho muita margem de melhora nos 200m e sobretudo nos 400m. É treinar e aí consigo fazer estragos. Posso corrê-los em 45s.

Por que não tentar vaga em Olimpíada, como fez Pistorius?
Alan: Não é meu foco. Pode acontecer? Não sei. Mas quero só participar do Troféu Brasil. É sonho.

Pistorius fez críticas à regra de altura das próteses logo após sua vitória nos 200m? Ainda magoa?
Alan: Para mim, o Pistorius é página virada. Ele era um ídolo, mas guardei mágoa dele. Não sou robô, sou ser humano. Não tenho nada contra ele, mas fiquei triste por ele não ter me cumprimentado. Foi um ídolo que passou.

Hoje, quase um mês depois, consegue entender por que ele agiu daquela maneira?
Alan: Acabei vendo o outro lado dele. Considerava-o amigo, mas ele quis mexer com meu psicológico, tirar o foco da minha vitória.

Fonte: Terra

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Deficiência física: as limitações estão no pensamento

Passo Firme – 1º.10.2012
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Deficiência física: as limitações estão no pensamento

Os brasileiros e o mundo vibraram com a vitória de Alan Fonteles (foto) nas Paralimpíadas de Londres 2012. Ele superou o seu próprio “ídolo”, o sul-africano Oscar Pistorius, na prova dos 200 metros, categoria T44, e alcançou a medalha de ouro em apenas 21s45 de competição. Mais do que vencer as pseudo limitações que a vida lhe impôs, Alan ensinou a todo mundo que as dificuldades estão dentro de cada um. Não existem barreiras quando se tem determinação. Não há obstáculos diante da realização de sonhos. Assim como Alan, outras pessoas também são exemplos de superação por alcançar ideais que aos olhos da discriminação são impossíveis de serem realizados e por serem os melhores naquilo que se propuseram a fazer.

Os sonhos podem ser simples e também podem ser complexos. Eles podem traduzir um desejo singelo de uma bailarina da cidade de Ourém, nordeste paraense, que espera – um dia – se apresentar no Teatro da Paz, em Belém. Podem refletir o projeto de um professor surdo que luta para publicar um livro, construir uma escola bilíngue e que ainda contagia ao público quando se apresenta no palco. Os sonhos dos deficientes físicos também podem não ser de grandes feitos, mas apenas de mostrar ao seu semelhante a igualdade e as diferenças no coração de cada ser humano.

Todos estes sonhos se remetem a uma característica comum que é a motivação. Motivação esta que faz bailarina Tayane Santana (foto), 24, se dedicar ao balé e superar as dificuldades de fazer passos e coreografias com apenas uma perna. No ano passado, a bailarina se destacou durante o Festival Internacional de Dança da Amazônia (Fida), onde conheceu a sua “ídolo” Ana Botafogo. Este ano, ela pretende brilhar novamente com o espetáculo “Alice e suas flores”. “O balé é uma fonte de superação para mim”, disse.

A sua ligação com a dança teve início há seis anos quando se mudou para a capital paraense para se tratar de um tumor ósseo no joelho esquerdo, que se originou em consequência de uma queda durante a sua infância. Por causa da enfermidade, perdeu a perna, mas não a vontade de viver e alcançar seus ideais.

Graças ao apoio da Associação de Voluntariado de Apoio a Oncologia (Avao), Tayane começou a ter aulas de balé e já se apresentou em diversos espetáculos. “Eu comecei a dançar como forma de terapia, porque eu estava em depressão pelo meu problema. Hoje, o balé faz parte da minha vida e me proporcionou a experiência maravilhosa de encontrar e conhecer a Ana Botafogo (bailarina)”, exaltou ao celebrar a realização de um sonho.

Questionada se sente limitada a dançar, Tayane responde de imediato que não. “As limitações não vem de mim, vem dos outros”, considerou. “Mesmo sendo do balé eu danço tudo e gosto de dançar”, afirmou. A jovem cursa o quinto semestre em Serviço Social na Universidade Federal do Pará (UFPA), e diz que se sente realizada em vários aspectos. Espera agora conseguir realizar seu próximo sonho que é se apresentar no palco do Teatro da Paz.

“Superação é responsabilidade com compromisso e caráter”

A afirmação acima é do professor Kleber Couto, 41, que é surdo e atualmente ministra aula para mais de 150 alunos, dentre ouvintes e também surdos. Ele dedica a sua vida ao seu trabalho e as artes, onde coordena o grupo de teatro intitulado de “Os palhaços surdos”. O professor está na luta para conseguir publicar um livro confeccionado por ele próprio – pelo qual ensina, de maneira regional, a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). O feito ainda não foi alcançado porque nenhuma editora se prontificou em publicar a bibliografia.

Kleber nasceu surdo e relata que teve uma infância difícil, onde não conseguia alcançar a inclusão social porque seus amigos não conseguiam compreender a linguagem de sinais e corporal que usava para se comunicar. Aos 15 anos de idade queria ser comissário de bordo, mas este sonho foi arrancado porque disseram para ele que era preciso conseguir falar para trabalhar nesse ramo.

Por meio da Libras, o professor disse que já pensou em ser ator global porque teve a oportunidade de conhecer o ator paraense Cacá Carvalho. Este sonho também lhe foi retirado porque disseram que para trabalhar em TV ele precisava ter voz. A sua realização veio anos depois, em 1997, quando concluiu o Ensino Médio onde se formou em magistério. “Eu nunca imaginei que um dia pudesse ser professor! Ninguém acreditava em mim”, comentou.

Questionado se hoje se sente realizado, ele esboça uma expressão de alegria e confirma que sim, e colocou que por ser professor conseguiu obter respeito por parte das pessoas que não o compreendiam. “Estou mais feliz ainda por ter fundado o grupo de palhaços surdos”, acrescentou. “Esta realização me deixou mais perto do teatro e de uma carreira de ator”.

Para o professor, o preconceito das pessoas não atrapalha a alegria dele de fazer com amor o seu trabalho com jovens e crianças, ouvintes e surdos, e também de sorrirem com a “palhaçada” que faz. “A discriminação continua, ela sempre vai existir e nunca acabar. Quando vou ao shopping, por exemplo, as vendedoras me olham estranhos. Algumas até riem da forma que me comunico”, reclamou. Porém isto não lhe desanima, pelo contrário, lhe dá coragem para seguir a diante com o seu projeto de publicar um livro com imagens e figuras de elementos regionais que traduzam a linguagem de sinais.

Deficiência nasce junto com os mais fortes

De ascensorista para recepcionista, Roseneire Campos, 38, alcançou a sua realização profissional e afirma que tem orgulho de ser quem é e o que faz. Para ela, o deficiente é uma pessoa forte, escolhida por Deus para enfrentar os obstáculos que a vida impõe. Aos nove meses de idade, Roseneire caiu da rede e em consequência sofreu uma paralisia que afetou o desenvolvimento da perna esquerda. “A deficiência só aparece quando eu ando”, frisou.

“Passei a infância toda no hospital, aprendi a andar quando já estava com 10 anos de idade. Nas escola, os colegas faziam piadas e foi difícil”, se emocionou Roseneire. As lágrimas que escorriam não foram pela lembrança de um tempo difícil e sim pela vitória de ter alcançado diversas realizações. “Eu lembro que quando comecei a trabalhar no shopping, foi como ascensorista no elevador e uma colega comentou que eu ia ficar ali por muito tempo. O que ela quis dizer é que eu jamais poderia sair daquela função e hoje sou recepcionista e ela continua no mesmo cargo”, relatou. Ela trabalha em um shopping center na BR-316 há quatro anos.

Na nova função que lhe foi atribuída, Roseneire é respeitada e querida pelas colegas de trabalho que dizem que aprendem diariamente com ela. “Nós (deficientes) não somos diferentes e algumas pessoas insistem dizer que somos. Somos, na verdade, pessoas de luzes que nascemos para enfrentar obstáculos”, disse a recepcionista.

Pessoalmente e profissionalmente ela se sente realizada, até mesmo porque aprendeu a lidar com o preconceito na escola e considera que hoje não enfrenta mais esse problema no trabalho porque sabe como lidar com as indiferenças. “Nós não somos frágeis, somos fortes”, desfechou Roseneira ao frisar o segredo da superação que é acreditar em si próprio e buscar os seus ideais. “Quando a gente acredita em nosso potencial, não há limitações e nem barreiras que nos impeça de sermos felizes”, resumiu.

Fonte: Diário do Pará

Passo Firme – 16.09.2012
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Brasil fecha os Jogos com brilho na piscina e nas pistas

Com 21 medalhas de ouro, país faz sua melhor campanha em Paralimpíadas; confira os destaques da competição, que chegou ao fim neste domingo

A alquimia nem sempre é a mais óbvia. Cada medalha de ouro dos Jogos Paralímpicos de Londres, assim como as olímpicas, é feita com apenas 1,34% de ouro, 92,5% de prata, 6,16% de cobre – e 100% de um esforço sobre-humano. O Brasil colheu 21 delas ao longo de 11 dias de competição na terra da Rainha e volta para casa com a campanha mais vitoriosa de sua história. A meta de ficar em sétimo lugar no quadro geral está cumprida, com 43 medalhas no total – 14 pratas e oito bronzes. O hábito de subir no pódio todo dia deve-se muito à natação e ao atletismo, mas não despreza a bocha, o futebol de 5, a esgrima, o judô e o goalball. Tem metal nobre à vontade para todos.

Com seis ouros de Daniel Dias e três de Andre Brasil, a natação volta de Londres como esporte brasieiro mais vitorioso – sem contar quatro pratas e um bronze. As 14 medalhas no total só perdem para o atletismo, que ganhou 18, sendo sete douradas. Os outros títulos paralímpicos do país vieram na bocha, em dose tripla, no futebol de 5 e na esgrima. Após superar Pequim 2008 (47 medalhas, 16 ouros), a meta agora é o milagre da multiplicação dos números para fazer mais bonito ainda dentro de casa, daqui a quatro anos, nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro. Enquanto o novo ciclo começa, confira os destaques da edição 2012.

Daniel Dias, uma usina de ouros

A piscina do Centro Aquático de Londres ficou pequena para ele. Nas seis provas individuais que disputou nas Paralimpíadas de 2012, Daniel Dias não quis saber de variar: faturou o ouro em todas. Foi o melhor do mundo nos 50m peito SB4 e em cinco provas da categoria S5: 50m borboleta, 50m costas, 50m livre, 100m livre e 200m livre. Com 15 medalhas em duas edições dos Jogos, sendo dez ouros, ele superou o nadador Clodoaldo Silva e a corredora Ádria Santos como maior medalhista paralímpico da história do país. O mais assustador é saber que a história ainda não acabou. Aos 24 anos, Daniel está apenas abrindo mais um ciclo olímpico, que vai terminar no Rio em 2016.

Alan Fonteles, o paraense de 20 anos que derrubou a lenda

Era noite de domingo em Londres, e Oscar Pistorius, a maior estrela dos Jogos, corria sozinho para o ouro nos 200m rasos T44. Quase sozinho. Com uma arrancada espetacular na reta final, um paraense de 20 anos correu como nunca e desbancou a lenda para ganhar um ouro histórico. E assim o mundo foi apresentado a Alan Fonteles. As próteses que impulsionaram sua reação foram alvos de críticas de Pistorius. E Pistorius foi alvo de críticas do planeta inteiro, que ameaçou vê-lo como mau perdedor. No dia seguinte, o sul-africano pediu desculpas, e tudo voltou ao normal: nas outras três provas, chegou à frente do brasileiro e fechou sua campanha com dois ouros e uma prata.

Terezinha Guilhermina e a maior lição de todas

Se há quem veja no atleta-guia apenas um coadjuvante nas competições de atletismo, Terezinha Guilhermina discorda. E mostrou isso para um Estádio Olímpico lotado. Já na parte final da prova de 400m T12, o guia Guilherme Santana tropeçou e foi ao chão. A cega mais rápida do mundo ainda tinha chances de pódio, mas optou pela solidariedade. Jogou-se na pista e lá ficou, até Guilherme levantar para os dois cruzarem juntos a linha de chegada em último lugar. O ato nobre foi recompensado no dia seguinte, quando a dupla ganhou o ouro e quebrou o recorde mundial nos 100m T11. Foi o segundo ouro de Terezinha, que também venceu nos 200m.

O futebol que tem o hábito de trazer medalhas de ouro

A derrota de Neymar & Cia para o México na final das Olimpíadas ainda estava fresca na memória quando a seleção brasileira de futebol de 5 abriu sua campanha nas Paralimpíadas. A busca do ouro não era exatamente uma pressão, estava mais para rotina, já que a luta era pelo tricampeonato. E assim foi. Com uma vitória por 2 a 0 sobre a França – algoz nos campos – aequipe verde-amarela garantiu o título. Festa principalmente para Marquinhos, Bill e o goleiro Fábio, que também estavam nas campanhas de Atenas 2004 e Pequim 2008.

Brasil, o país da bocha

Nas Olimpíadas, nem tem. Pouco popular no Brasil, a bocha verde-amarela surpreendeu o torcedor em Londres. Com três ouros e um bronze, foi o terceiro esporte mais laureado do país na campanha em Londres. A trajetória vitoriosa começou com Dirceu Pinto e Eliseu dos Santos, que conquistaram o bicampeonato nas duplas. Depois, Dirceu repetiu a dose no individual, e Maciel Santos completou a trinca de ouros – Eliseu ainda ganhou um bronze.

Entre os gringos, o show dos super-humanos

Como era de se esperar, Oscar Pistorius atraiu todos os holofotes com os ouros nos 400m T44 e no revezamento 4x100m. Mas a maior coleção de ouros nas Paralimpíadas ficou com a australiana Jacqueline Freney. A rainha paralímpica da natação venceu todas as oito provas que disputou na piscina do Centro Aquático. No tênis de cadeira de rodas, o fenômeno atendia pelo nome de Esther Vergeer. A musa holandesa faturou mais um ouro e não perde uma partida desde 2003. No tênis de mesa, a polonesa Natalia Partyka venceu a disputa na classe 10. E lembra Pistorius por também competir nas Olimpíadas – tem duas participações.

Por fim, não dá para passar pelos Jogos de Londres sem citar a incrível história de Alessandro Zanardi. O italiano, que já foi piloto de Fórmula 1, sofreu um acidente grave aos 34 anos e teve de amputar as duas pernas. Sem esquecer a velocidade, abraçou o ciclismo paralímpico e brilhou ao conquistar dois ouros: na categoria H4 do contra-relógio e na prova de estrada. Para um evento de âmbito mundial marcado pela superação, difícil imaginar exemplo melhor.

Confira todas as medalhas do Brasil nas Paralimpíadas de Londres, dia a dia:

30 de setembro
Andre Brasil – prata nos 200m medley SM10
Daniel Dias – ouro nos 50m livre S5
Michele Ferreira – bronze no judô categoria até 52kg

31 de agosto
Lúcia Teixeira – prata no judô categoria até 57kg
Daniele Bernardes – bronze no judô categoria até 63kg
Andre Brasil ouro nos 50m livre S10
1º de setembro
Andre Brasil – ouro nos 100m borboleta S10
Antônio Tenório – bronze no judô da categoria até 100kg
Daniel Dias – ouro nos 200m livre da S5 de natação
2 de setembro
Yohansson Nascimento – ouro nos 200m T46
Alan Fonteles – ouro nos 200m T44
Terezinha Guilhermina e Jerusa Geber – ouro e prata nos 200m T11
3 de setembro
Odair Santos – prata nos 1.500m T11
4 de setembro
Dirceu Pinto e Eliseu dos Santos – ouro na classe BC4 na disputa de pares mistos
Andre Brasil – prata nos 100m costas S10
Daniel Dias – ouro nos 100m peito SB4
Yohansson Nascimento – prata nos 400m T46
Felipe Gomes e Daniel Silva – ouro e prata nos 200m T11
Jonathan Santos – bronze no lançamento de disco F40
5 de setembro
Jovane Guissone – ouro na categoria B da esgrima
Terezinha, Jerusa Santos e Jhulia Santos – ouro, prata e bronze nos 100m rasos T11
6 de setembro
Edênia Garcia – prata nos 50m costas S4 da natação
Daniel Dias – ouro nos 50m costas da natação
Andre Brasil e Phelipe Rodrigues – ouro e prata nos 100m livre S10 da natação
7 de setembro
Daniel Dias – ouro nos 50m borboleta da natação
Joana Silva – bronze nos 50m borboleta na natação
Goalball – prata no masculino
Lucas Prado – prata nos 400m T11

8 de setembro
Shirlene Coelho – ouro no lançamento de dardo F37/38
Eliseu dos Santos – bronze na bocha BC4
Maciel Santos – ouro na bocha BC2
Brasil – ouro no futebol de 5 (tricampeonato)
Daniel Dias – ouro 100m livre S5 na natação
Dirceu Pinto – ouro na bocha BC4 (bicampeonato)
Lucas Prado e Felipe Gomes – prata e bronze nos 100m rasos T11
Claudiney Batista – prata no lançamento de dardo F57/58

9 de setembro
Tito Sena – ouro na maratona T46

Fonte: Globo Esporte

Passo Firme – 09.09.2012
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“Vou treinar duro e voltar melhor”, diz Pistorius

O velocista sul-africano Oscar Pistorius, primeiro atleta biamputado a competir na Olimpíada e na Paraolimpíada no atletismo, entrou para a história do esporte ao conquistar uma vaga na semifinal dos 400 m rasos, em Londres, mas não conseguiu se classificar, neste domingo, para a final. O corredor completou o percurso em 46s54 – marca bem inferior ao seu melhor tempo (45s07) -, e terminou a prova em 23º lugar (entre 24 corredores), mas está decidido a continuar e garante: voltará melhor nos próximos Jogos Olímpicos.

“Eu queria ter arrancado um pouco mais rápido. Mas mesmo se tivesse sido mais rápido, seria muito difícil chegar à final. Os atletas que competiram hoje eram absolutamente fenomenais. Mas só de poder estar no topo, podendo correr entre os 24 melhores atletas olímpicos, é uma benção pra mim. E eu voltarei mais forte, eu treinarei mais duro. Eu ainda tenho muito trabalho pela frente, ainda tenho a Paraolimpíada, que vai ser inacreditável, e estou muito empolgado por isso”, disse o “Blade Runner”, ao deixar a pista do Olympic Stadium.

No sábado (4), na fase eliminatória, Pistorius terminou em 2º lugar de sua bateria, e em 16º no geral, ao completar o percurso em 45s44, sendo aplaudido de pé pelo público que lotava o estádio, emocionando-se. Hoje, o atleta foi o último do grupo a passar pela linha de chegada, mas mesmo assim ele foi aplaudido pelos demais competidores e ovacionado pela multidão que o assistia.

Primeiro colocado na mesma bateria em que Pistorius correu, e classificado na 2ª colocação geral, o velocista James Kirani, da Grenada, aplaudiu Pistorius e pediu para trocar com o corredor o papel de identificação que leva o nome dos atletas nas camisetas.

“Foi uma honra poder competir com ele, e poder apoiá-lo. É um exemplo de vida, uma pessoa que tem que lidar com muitas críticas, mas tenho certeza que essa só foi a primeira Olimpíada. Ele é um cara que tem muita fé, uma grande pessoa, foi uma honra”, disse o Kirani, que terminou os 400 m rasos em 44s59.

Apesar de estar fora da final, Pistorius voltará a correr em Londres, onde tentará a classificação no revezamento 4X400 m, com a seleção da África do Sul, na próxima quinta-feira (9). Além disso, ele espera competir “no auge da forma” na Olimpíada do Rio de Janeiro, onde espera chegar à final.

“Eu acho que a seleção da África do Sul tem sim uma chance. Nós nunca fomos considerados os favoritos, mas nós mostramos, no campeonato mundial do ano passado, que conseguimos correr bem. Então se conseguirmos chegar à final, qualquer coisa é possível”, disse o velocista – a equipe sul-africana ficou em 2º lugar no Campeonato Mundial de Daegu, na Coreia.

Aos 25 anos, o “Blade Runner” soma quatro medalhas de ouro em Paraolimpíadas, sendo uma em Atenas 2004 e duas em Pequim 2008. Pistorius conseguiu em 2008 índice suficiente para correr nos Jogos Olímpicos, mas não pôde competir após a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, da sigla em inglês) questionar se as próteses de carbono que usa abaixo dos joelhos poderiam favorecê-lo. Ele, porém, venceu a briga judicial e, no ano passado, novamente conquistou índice para a classificação olímpica.

“Foi a experiência mais inacreditável da minha vida. Eu sou muito abençoado. Eu vejo a história acontecer todos os dias”, afirmou o atleta, que acabara de assistir à vitória e novo recorde do jamaicano Usain Bolt, nos 100 m rasos. “Parabéns ao Usain, ele fez uma corrida fenomenal. Isso só mostra que ele ainda é o número 1”, completou.

Fonte: Terra

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Passo Firme – 07.08.2012
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Quem segura esse cara?

Pela primeira vez, velocista amputado de duas pernas disputa uma olimpíada com atletas aptos com auxílios de próteses. Será esse o futuro do esporte?

A largada das provas eliminatórias dos 400 metros (uma volta inteira na pista) tem tudo para ser um daqueles momentos mágicos, inesquecíveis, que só uma Olimpíada é capaz de produzir. Quem fará o tempo congelar nas arquibancadas do Estádio Olímpico será o sul-africano Oscar Pistorius (foto), de 25 anos, o primeiro biamputado convocado para uma competição olímpica em 116 anos de história dos Jogos.

Sem a metade das duas pernas desde os 11 meses, devido a uma má-formação óssea, Pistorius correrá ao lado de atletas fisicamente aptos, com ajuda das próteses Cheetah, feitas de fibra de carbono, que usa desde 2004. Ele também vai participar do revezamento 4×400 metros.

A incluisão de Pistotius no time sul-africano deve-se aos resultados alcançados por ele recentemente. No ano passado, durante a prova classificatória para o campeonato mundial, disputada por não deficientes, Pistorius correu 400 metros em 45,07 segundos – 1,58 segundo atrás do recorde olímpico da categoria. É uma distância imensa, e dificilmente ele alcançará a final. Veja no infográfico (imagem) acima quem leva vantagem nesta batalha homem x máquina.

A convocação de Pistorius é controversa. Em janeiro de 2008, a Federação de Atletismo negou sua participação nas provas de Pequim por considerar suas próteses uma vantagem. Elas ajudariam a manter a velocidade e fariam o atleta gastar 25% menos energia do que os outros corredores. Munido de estudos clínicos que concluíram o contrário (veja o infográfico abaixo) – ele estaria em desvantagem –, Pistorius recorreu da decisão, revogada posteriormente.

A despeito das divergências, a importância da participação de Oscar Pistorius nos Jogos Olímpicos de Londres é inquestionável. Competir com atletas totalmente capacitados torna Pistorius um símbolo da superação de deficiências. Também faz dele o pioneiro do que pode ser uma nova era olímpica, na qual o aperfeiçoamento atlético incluirá o uso de próteses e outros aparatos tecnológicos.

Fonte: Veja Especial Olimpíadas

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E quem ousou dizer que ele não iria?

Passo Firme – 31.07.2012
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E quem ousou dizer que ele não iria?

O corredor sul-africano Oscar Pistorius (foto) vai ser o primeiro atleta biamputado a competir nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, depois de ter sido incluído nesta quarta-feira (4) nos 400m dos homens individuais e no revezamento 4x400m. A chamada de Pistorius, que compete com duas próteses nas pernas semi-amputadas, surge dias depois de o atleta, que soma vários títulos paralímpicos, ter falhado a qualificação olímpica para os 400 metros.

“Hoje é um dos dias mais felizes da minha vida. Estarei em Londres para os Jogos Olímpicos e para os Paralímpicos. Obrigado a todos os que me ajudaram a tornar no atleta que sou hoje. Deus, família e amigos, os meus adversários e apoiantes. Todos deram uma ajuda”, escreveu Pistorius na sua conta oficial no twitter.

Conhecido como “Blade Runner”, Pistorius já fez parte da equipe sul-africana que conquistou a medalha de prata nos Mundiais de atletismo disputado em 2011, em Daegu, na Coreia do Sul, apesar de não ter corrido a final. Foi o primeiro atleta amputado a disputar um Mundial.

Oscar Pistorius, que sofreu a amputação de ambas as pernas aos 11 meses e que corre com umas próteses em fibra de carbono, viu o Comitê Olímpico Internacional rejeitar a sua participação nos Jogos Pequim2008, alegadamente pelo fato de as suas próteses lhe conferirem vantagem sobre outros atletas.

Depois de ter recorrido para o Tribunal Arbitral do Desporto, o atleta acabou por ser autorizado a participar, mas não conseguiu obter mínimos.

Pistorius, de 25 anos, tem três títulos paralímpicos com o ouro alcançado nas provas de 100, 200 e 400 metros em Pequim2008. O velocista deverá defender os títulos paralímpicos em Londres2012, e competir ainda na equipe 4×100 metros.

Fonte: Expresso

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Passo Firme – 05.07.2012
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Cientistas estudam salto alto e avestruzes para desenvolver pés protéticos mais eficazes

Mulheres que usam salto alto e avestruzes têm contribuído, sem querer, com o avanço científico ao mostrar aos cientistas como desenhar uma perna protética mais adaptada ao caminhar, revela um estudo que será publicado nesta quarta-feira (9), em Londres. As melhores próteses para amputados acima dos joelhos e para robôs humanóides não funcionariam como uma perna humana, afirmam os cientistas, mas como um avestruz ou os membros sintéticos usados pelo velocista sul-africano Oscar Pistorius.

“Agora parece que fazer pés protéticos, pelo menos para caminhar, copiando demais os pés humanos pode ser um equívoco”, disse à AFP o autor do estudo, Jim Usherwood, da escola Real de Veterinária de Londres. “Se você quer fazer um bom pé protético, mas não se importa com a aparência, deve colocar a estrutura motora, neste caso, o tornozelo, na parte mais superior da perna”, disse Jim Usherwood. Mais acima, o tornozelo “pode fornecer força sem fazer o pé ficar pesado e difícil de lançar para frente e para trás”, acrescentou.

O ESTUDO – Usherwood e sua equipe descobriram que a forma humana de caminhar – pisando no calcanhar, ‘saltando’ para a perna estacionária e depois usando os dedos para empurrar, foi a mais econômica em vista da forma dos nossos pés – um desenho que, de alguma forma, não faz sentido. Este método de caminhada é “muito incomum” fora da família dos hominídeos, formada por símios e humanos. Outros animais bípedes, como os avestruzes (foto), não têm calcanhares que tocam o chão, mas tendões extensivos que atuam como molas.

O desenho do pé humano evoluiu para acomodar nossas necessidades remotas de sobrevivência, tanto para caminhar quanto para correr com rapidez, e permanece inalterado mesmo depois de termos perdido a necessidade de correr para caçar presas ou fugir de predadores, segundo o estudo que será publicado no periódico Royal Society Interface.

Os cientistas observaram que as mulheres que usam salto precisam balançar as nádegas para se manter no padrão pisa-salta-empurra. “O pé humano normal e a postura calcanhar-sola-dedos têm a vantagem de reduzir a carga sobre os músculos que dão impulso (panturrilha) e as estruturas que absorvem o impacto (tíbia)”, destacou em um comunicado.

“Este é um benefício, uma vez que os músculos usam energia em contraposição à força. Mas os músculos motores, não. Sendo assim, os protéticos e a robótica não devem copiar o pé humano”, acrescentou. O estudo concluiu que “pés menos similares aos humanos permitiriam os benefícios de um caminhar humano mais natural, no qual os passos são dados com relativa rapidez, permitindo passos relativamente curtos em velocidades de caminhada altas”.

PISTORIUS – Apelidado de ‘Blade Runner’, Oscar Pistorius (foto), amputado das duas pernas aos 11 meses de vida, tem sido o centro de uma polêmica, recebendo críticas segundo as quais suas pernas protéticas de fibra de carbono lhe dariam uma vantagem sobre atletas com membros inferiores em competições mistas. Aos 26 anos, o velocista é recordista mundial nos 100m, 200m e 400m rasos para amputados na classe T 44. Mesmo biamputado, ele sempre esteve envolvido no esporte, tendo competido em rúgbi, polo aquático e tênis. Assim, ganhou fama internacional quando tentou se classificar para as Olimpíadas de 2008, em Pequim.

Ele teve que enfrentar uma proibição da Federação Internacional de Atletismo (IAAF,  na sigla em inglês) de competir em provas que não fossem paralímpicas, já que que suas próteses de fibra de carbono tinham sido consideradas uma vantagem injusta pela entidade. O caso  foi levado ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), e o sul-africano foi inocentado em 2008. Mas o processo legal o atrapalhou, e ele não chegou nem perto do tempo de qualificação para Pequim. Em 2011, foi definitivamente liberado para participar de grandes competições convencionais com atletas não paralímpicos. No Mundial de Daegu, na Coreia do Sul, foi prata por disputar a semifinal no revezamento 4 x 400m, além de ser semifinalista nos 400m rasos.

Com informações: Agência AFP

Passo Firme – 09.05.2012
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Tecnologia aumenta desempenho de atletas amputados na busca do ouro

Stefanie Reid (foto) e Jonnie Peakcock têm o mesmo objetivo: chegar às Paraolimpíadas de Londres, em 2012, e conquistar uma medalha. Ela perdeu parte da perna ao ser atropelada por uma lancha, aos 16 anos. Ele teve a perna amputada devido a uma meningite, aos cinco anos. Ambos têm em comum a superação e a ajuda da alta tecnologia para aumentar a explosão e a velocidade em que correm.

Oito anos depois do acidente, Stefanie corre nos 100m e 200m rasos na equipe inglesa. Já acostumada com a prótese que usa na perna direita, ela relembra o acidente e o motivo pelo qual foi amputada. “Quando vi a lancha vindo, pensei em mergulhar por baixo para escapar da hélice, e que ficaria bem. Só que eu estava de salva-vidas. Eu fui pega na hélice, que rasgou minha lombar e meus glúteos, e eu também tive um corte no meio do meu pé. A razão do meu pé ter sido amputado é que o cirurgião sabia que eu era atlética e que eu teria muito mais atividade com uma perna artificial do que com o pé que, mesmo recuperado ao máximo, teria apenas 60% da funcionalidade”, afirma.

Terminando a preparação em Manchester para competir na Copa do Mundo Paraolímpica, o último teste antes das Olimpíadas, a atleta foi ao instituto de pesquisa da universidade para analisar o efeito que a lâmina de corrida tem em sua performance através de um sistema que permite rastrear o movimento. “Podemos avaliar dados como velocidade e aceleração, a rapidez com que as articulações abrem e fecham. Podemos prever a atuação de algumas dessas forças, e então vemos como aprimorar o desempenho técnico”, explica o cientista do esporte Conor Osborough.

A lâmina de corrida (foto), feita de fibra de carbono, custa o mesmo que um carro e dura apenas dois anos. Sua complexidade vai muito além da aparência. No início da corrida, a lâmina é passiva e não produz energias. Diferente do pé intacto, que cria energias para o movimento. Quando o atleta ganha impulso e se aproxima da velocidade máxima, a situação se inverte. A prótese trabalha mais ativamente, funcionando como um trampolim: absorve a energia de impacto e libera quando empurra o pé. Portanto, as duas pernas são diferentes no funcionamento e o pé produz menos energia do que o retorno da lâmina.

O segredo para que o corpo entenda as diferentes forças em cada perna está no quadril. Os músculos de cada lado se adaptam e aplicam forças diferentes para pernas diferentes. Stefanie já corre há anos e o seu corpo já está acostumado. Jonnie Peakcock (foto abaixo) corre há sete meses e sua técnica ainda está se desenvolvendo. “Nos sete meses em que uso a lâmina, minha técnica mudou drasticamente. Foi difícil controlar no início, pois ela desviava na corrida, dificultando as coisas. Mas é uma questão de técnica, não há duvida de que é bem diferente e melhor”, acredita.

ESPERANÇA PARA 2012 – Com 17 anos, Jonnie é novato no esporte e ainda não tem vaga garantida para Londres. Para ter chances de participar dos Jogos de 2012, ele tem que diminuir o seu tempo em sua estreia pela equipe, na Copa do Mundo Paraolímpica. “Estou tão empolgado que, se não parar de pensar em como isso é fantástico, na hora da prova vou pensar: ‘Meu deus, estou competindo!’ É muito importante e vai me ajudar se eu me acalmar e relaxar um pouco. Poder usar esse uniforme é fantástico, é demais. Eu não gosto de perder. Se eu entrar em uma prova em que tenho chances de vencer, não ficarei feliz se perder!”, exclama.

Jonnie bateu seu próprio tempo e já sonha alto em participar da competição, em 2012. “Nunca serei feliz se não chegar a Londres. Vai levar mais tempo para eu melhorar minha marca, porque eu baixei mais de um segundo no último ano e não vou repetir o feito no próximo ano”, conclui.

Stefanie, já garantida nas Olimpíadas, não quer decepcionar no ano que vem. “Me saio melhor quando não tenho medo de fracassar, e isso é difícil, especialmente, quando as Olimpíadas são no seu país, porque há muito em jogo caso você fracasse”, avalia. Agora é esperar para ver.

Fonte: SporTV

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Passo Firme – 13.10.2011
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Atleta biamputado gera polêmica ao se classificar para Mundial de Atletismo

Velocista sul-africano com próteses dotadas de tecnologia de ponta se classifica para o Mundial de Atletismo de Daegu, na Coreia do Sul, depois de conseguir na Justiça o direito de competir com a elite do atletismo.

O sul-africano Oscar Pistorius (foto) alcançou um feito histórico. Amputado transtibial das duas pernas, ele será o primeiro homem com próteses a competir em um Campeonato Mundial de Atletismo, a ser realizado em Daegu, na Coreia do Sul, entre 27 de agosto e 4 de setembro próximos.

O homem de 24 anos classificou-se para o Mundial nas eliminatórias realizadas na Itália no último dia 19. Correndo ao lado de atletas não deficientes, ele completou os 400 metros rasos em 45,07 segundos, ficando apenas 0,18 segundo abaixo do limite estipulado pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) para conseguir a classificação.

Pistorius considera o Mundial de Atletismo de 2011 apenas uma etapa. Em 2012, ele quer participar dos Jogos Olímpicos em Londres e, três semanas mais tarde, dos Jogos Paraolímpicos. O “blade runner“, como ficou conhecido, corre com a ajuda de duas próteses de fibra de carbono. Ele perdeu os membros inferiores aos 11 meses de idade, devido a uma doença congênita. A amputação das pernas foi feita do joelho para baixo.

Quatro vezes campeão paraolímpico

Aos 17 anos, Pistorius levou ouro na Paraolimpíada de 2004, em Atenas, na prova dos 200 metros rasos. Quatro anos mais tarde, em Pequim, ficou três vezes com o primeiro lugar: nas provas dos 100, 200 e 400 metros rasos.

O sul-africano já queria ter disputado os Jogos Olímpicos de 2008, mas a IAAF não permitiu que ele se candidatasse. Na época, a federação justificou que Pistorius levaria vantagem por causa das pernas mecânicas. Esta havia sido a conclusão de uma análise independente encomendada ao professor de Biomecânica Gert-Peter Brüggemann, da Escola Superior de Educação Física de Colônia.

Na época, a imprensa esportiva alemã polemizou o tema como “tecno-doping”. Pistorius, por seu lado, defendeu-se com o argumento de que as perguntas haviam sido manipuladas para que o Instituto obtivesse as respostas almejadas.

Depois de entrar com uma ação, em maio de 2008, a Corte Arbitral do Esporte, que fica na cidade suíça de Lausanne, revogou a decisão da IAAF e Pistorius conseguiu a autorização para participar de torneios além dos paraolímpicos. Em 2009, ele não conseguiu participar do Mundial em Berlim por causa de um acidente de barco.

Fonte: DW World

Você concorda que o atleta paraolímpico dispute com competidores não deficientes? O fato de usar perna mecânica de fibra de carbono o coloca em vantagem em relação aos demais? Dê sua opinião!

Passo Firme – 24.07.2011
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